Declaração do vereador foi dada durante entrevista à Jovem Pan Maringá nessa quinta-feira (21). Presidente do PT em Maringá foi questionado se poderia articular com o Governo Federal o envio de recursos do Ministério da Saúde para a abertura da unidade.
Por Victor Ramalho
“Um presente de grego que trouxeram para Maringá”. Foi assim que o vereador Mário Verri (PT) classificou o Hospital da Criança, cuja estrutura física está concluída, mas ainda não tem data para abertura. A declaração do parlamentar foi dada durante entrevista ao RCC News 18h, noticioso da rádio Jovem Pan Maringá veiculado nessa quinta-feira (21).
Presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) na Cidade Canção e irmão do deputado federal licenciado e diretor-geral de Itaipu, Enio Verri (PT), Mário foi questionado pelo âncora Thiago Danezi se poderia aproveitar a proximidade que tem com lideranças do Governo Federal para articular a vinda de recursos do Ministério da Saúde, para a abertura da unidade.
De acordo com o vereador, essa articulação é feita por várias lideranças políticas de Maringá e os recursos do Governo Federal irão chegar. No entanto, ele ressalta que a construção do Hospital foi mal planejada.
“Um presente de grego que trouxeram para Maringá, fizeram a construção sem saber se havia dinheiro, resultado da política de outros tempos que não precisamos mais. Só para ter uma ideia, dentro daquele hospital há 16 leitos próprios para hemodiálise em crianças, sendo que a demanda atual da região é de apenas 8. Então, ele é um elefante branco, aquilo ali poderia ter começado como um pequeno hospital, mas preferiram fazer aquela grande construção”, declarou.
Conforme mostrou o Maringá Post em fevereiro, a Secretaria Municipal de Saúde estima que o funcionamento do Hospital da Criança, na fase inicial, custe R$ 4,5 milhões mensais. O valor subiria para R$ 14 milhões quando a unidade estivesse funcionando com 100% da capacidade. Pelo modelo de negócio, os custos seriam divididos em um modelo tripartite entre Prefeitura, Governo do Paraná e Governo Federal, com cada parte entrando com R$ 1,5 milhão.
A Prefeitura de Maringá afirma, desde 2022, que a sua parte já está garantida. Em junho, o Governo do Paraná anunciou a liberação da parte dele. Até o momento, no entanto, não há sinalização da União. Verri também questiona se o município e o Estado têm o dinheiro que foi anunciado.
“Essa questão de que está reservado R$ 1,5 milhão da Prefeitura, a prefeitura não tem esse dinheiro, o Governo do Estado nunca colocou esse dinheiro e agora ficam exigindo que o Governo Federal faça. Faz 5 anos que esse hospital está pronto e não conseguem abrir, pois foi mal planejado. Fazer uma obra é fácil, agora é R$ 1,5 milhão por mês, ou seja, R$ 18 milhões por ano de cada ente. É um prédio em um dos locais mais valorizados de nossa cidade e agora precisamos dar conta dele. Vai abrir como uma UBS e é claro que o Governo Federal fará sua parte, mas precisamos ver que estamos vindo de um Governo anterior que passou 4 anos deixando a Saúde na míngua, gastando errado e agora vem as exigências”, reforçou.
Funcionamento como Ambulatório “não é projeto do município”
Em entrevista à rádio Jovem Pan Maringá no dia 5 de maio, o secretário de Saúde do Paraná e deputado federal licenciado, Beto Preto (PSD), afirmou que para dar celeridade no processo de abertura do Hospital, a unidade poderia começar funcionando como um ambulatório, com 37 leitos pediátricos.
Originalmente, a unidade foi construída para acomodar 160 leitos. A reportagem consultou a Prefeitura de Maringá sobre o assunto em maio. Na época, o Executivo informou que a abertura da unidade como um ambulatório “não é projeto do município”. De acordo com a Secretaria Municipal de Comunicação (SeCom), a abertura de 37 leitos pediátricos está prevista na fase 1 de operação, que contaria ainda com 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 60 leitos de internação hospitalar clínica e cirúrgica, além do início do serviço de oncologia pediátrica, de forma progressiva.
Busca por recursos federais continua
Em março, durante encontro nacional da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) em Brasília, uma comitiva de Maringá, representada pelo prefeito Ulisses Maia (PSD), o secretário de Saúde Clóvis Melo e demais autoridades do município esteve em reunião com representantes do Ministério da Saúde, para apresentar o modelo de gerenciamento do Hospital e solicitar a participação da União no custeio.
O encontro foi mediado através de deputados que representam a bancada paranaense em Brasília, como Toninho Wandscheer (Progressistas), líder do Paraná no Congresso, além do próprio Beto Preto.
De acordo com a Prefeitura de Maringá, Secretaria Municipal de Saúde e Agência Maringaense de Regulação (AMR) estão trabalhando na articulação com deputados federais, estaduais e o Governo do Estado para que esses recursos sejam aprovados e a Prefeitura possa abrir o processo de concessão.
Foto: Geraldo Bubniak/Arquivo/Agência Estadual de Notícias
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