Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
Uma professora da rede municipal de Curitiba (PR) foi vítima de agressão física e verbal por parte de uma vizinha, no último domingo (17), no bairro Sítio Cercado. A professora, que é umbandista, afirma que o motivo da violência foi intolerância religiosa.
A educadora conta que foi atacada na entrada do apartamento em que mora, após voltar de um passeio com seus cães. Ela diz que a vizinha gritou “Queima, satanás” e depois partiu para cima dela, desferindo socos e xingamentos. A filha da professora tentou ajudá-la, mas também foi agredida. A agressora ainda teria ameaçado: “Vai ter mais”.
A professora relata que já sofria discriminação religiosa dos vizinhos há algum tempo. Ela diz que ouvia frases como “Eu tenho nojo deste apartamento do satanás”, “Não pise aqui” e “Não pise aí, que é macumba”.
A professora registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e o caso está sendo investigado pela Delegacia Especial de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). A suspeita pela agressão será intimada para prestar depoimento e poderá responder por intolerância religiosa e lesão corporal.
A mãe da suspeita nega que a filha tenha agredido a professora por motivo religioso. Ela alega que a briga foi causada por um empurrão que a professora teria dado na filha, após uma discussão sobre o barulho que os netos dela faziam na escada do prédio.
A lei n.º 21.454/2023, sancionada em janeiro, tornou mais severas as penas para crimes de intolerância religiosa, que consistem em discriminar e ofender religiões, liturgias e cultos, ou ofender, discriminar e agredir pessoas por conta de suas práticas religiosas. A pena prevista é de 2 a 5 anos de prisão, podendo ser aumentada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.
O número de denúncias relacionadas a intolerância religiosa no Brasil aumentou 106% em apenas um ano. Em 2022, o país registrou 1,2 mil ocorrências, ou seja, uma média de três casos por dia.
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