Por Vitor Germano
Para mulheres passando pelo período de menopausa a sensação de súbito e intenso calor é familiar. Comumente acompanhada de sudorese, palpitações cardíacas, tontura, fadiga, ou ansiedade – Uma experiência muito mais debilitante do que o termo ‘calor’ sugere.
Este sintoma é relatado em até 80% das mulheres em menopausa, um processo biológico marcado por níveis hormonais que variam até eventualmente uma queda agressiva da produção de estrogênio, que ocorre naturalmente após certa idade marcando o fim da fertilidade biológica.
O chamado fogacho ocorre quando o corpo realiza os processos fisiológicos que normalmente realizaria para se refrigerar após um estado febril ou um choque térmico com uma temperatura alta, no caso da menopausa, é uma reação errônea: O corpo está em sua temperatura normal.
Há muito tempo este sintoma da menopausa foi um quebra-cabeça para a ciência médica – Sem saber exatamente o que causava o súbito ataque. Mas recentemente, pesquisadores identificaram um grupo específico de neurônios no hipotálamo, responsável pela ativação do processo.
“Nós sempre dissemos que fogachos acontecem porque o hipotálamo está falhando, o que é real. Mas só agora estamos entendendo a fundo o por quê.”, disse Nanette Santoro, coordenadora de obstetrícia e ginecologia no curso de Medicina da Universidade do Colorado, que pesquisa a menopausa há muito tempo.
Uma droga que pode bloquear estes neurônios em particular está presentemente sendo estudada pela FDA, órgão regulatório dos estados unidos que fiscaliza entre outras coisas, o desenvolvimento de novas medicações. Se aprovado, o medicamento ofereceria o primeiro tratamento não-hormonal para os sintomas da menopausa, a primeira de uma nova classe de drogas que especificamente direcionam-se aos ataques de calor.
Atualmente o único tratamento existente para os sintomas da menopausa é a suplementação hormonal, desacelerando a perda de estrogênio. Mas essa terapia hormonal não é segura para todas as mulheres.
Fonte original: National Geographic
Imagem: Freepik / Foto criada por @bearfotos
Comentários estão fechados.