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O setor leiteiro nacional enfrenta uma grave crise, causada pela queda do preço pago aos produtores, altos custos de produção e uma avalanche de importações de leite em pó. Para chamar a atenção para o problema, produtores de leite realizaram manifestações nas regiões sudoeste e Cantuquiriguaçu do Paraná na última sexta-feira (15). As mobilizações contaram com o apoio dos deputados Wilmar Reichembach (PSD), coordenador da Frente Parlamentar do Leite, e Luis Corti (PSB).
Segundo dados da Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária, o volume de leite importado no primeiro semestre deste ano foi de 160 mil toneladas – um aumento de 260% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essas importações, provenientes principalmente de países do Mercosul, colocam o leite nacional em desvantagem, competindo com preços mais baixos no mercado interno.
Durante as manifestações, Reichembach enfatizou a gravidade da situação. “Ninguém quer o preço exagerado do leite nas prateleiras, mas o produtor não pode trabalhar no prejuízo. Temos que encontrar um equilíbrio”, afirmou. Já Corti destacou a necessidade de fortalecer a fiscalização da importação de leite e defendeu uma postura mais rigorosa diante das irregularidades no setor.
Além das mobilizações nas ruas, a crise ganhou os corredores de Brasília. Uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços trouxe à tona denúncias de reidratação industrial do leite em pó, prática proibida no Brasil. A comitiva do Paraná, liderada pelo deputado Corti, defendeu ações mais rigorosas para proteger o setor leiteiro nacional.
Como resposta às preocupações, o Governo Federal tomou algumas medidas, incluindo o aumento da tributação para compra de alguns derivados importados e a remoção de isenções para países de fora do Mercosul. Além disso, foi autorizada a compra de leite nacional para auxiliar famílias em situação de vulnerabilidade.
Com o Brasil posicionado como o terceiro maior produtor mundial de leite, sendo o Paraná o segundo maior produtor nacional, é essencial que medidas eficazes sejam implementadas para salvaguardar a indústria e os milhares de produtores que dela dependem.
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