Confrontos com a PM deixam mais de 150 mortos em seis meses no Paraná

Curitiba foi a cidade com mais mortes por intervenção policial no primeiro semestre de 2023. Em seguida, vieram Londrina e Apucarana.

  • Foto ilustrativa: Atila Alberti/Tribuna do Paraná

    O número de pessoas que morreram em decorrência de ações policiais no Paraná caiu 37,8% no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. É o que aponta um relatório do Ministério Público do Estado, divulgado nesta terça-feira (12). Foram 158 mortes entre janeiro e junho deste ano, contra 254 no primeiro semestre de 2022.

    A maior parte das mortes (156) envolveu confrontos com a Polícia Militar, que atribuiu a redução ao trabalho de apuração e ao afastamento de policiais suspeitos de envolvimento em casos de violência. O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, disse que houve uma “conversa com a PM” para evitar abusos e excessos.

    As outras duas mortes foram causadas por intervenções da Guarda Municipal, uma em Curitiba e outra em Cascavel. A Guarda Municipal de Curitiba afirmou que segue protocolos internacionais de emprego da força e que qualquer situação de confronto é investigada pela Corregedoria.

    Curitiba foi a cidade com mais mortes por intervenção policial no primeiro semestre de 2023, com 33 casos. Em seguida, vieram Londrina (16) e Apucarana (8). Ao todo, 50 cidades paranaenses registraram mortes dessa natureza (veja a tabela completa abaixo).

    A maioria das vítimas era parda (50%) ou negra (4,4%), e tinha entre 18 e 29 anos (55,1%). Doze adolescentes entre 13 e 17 anos também morreram em confrontos com a polícia.

    O relatório do Gaeco também mencionou o caso dos oito supostos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que foram mortos pela PM em Curitiba, em agosto. Os 12 policiais envolvidos foram afastados, mas a Justiça determinou nesta segunda-feira (11) que eles retornassem ao trabalho. A defesa dos policiais alegou que eles agiram em legítima defesa. O caso ainda está sendo investigado.

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