Viagem com os pets: saiba quando a companhia do animalzinho é aconselhável e quais os cuidados

Médica veterinária alerta para riscos do transporte irregular dos animais de estimação e o que avaliar para decidir se leva ou não o pet na viagem.

  • Vai viajar no feriado e ainda não sabe se leva ou não o seu pet junto? Essa é uma dúvida comum em muitos tutores, principalmente quando o destino não é a casa de praia ou de campo da família ou de conhecidos.

    Em muitos casos, o merecido descanso será em um hotel ou pousada, e em cidades que a família ainda não conhece. Por isso, é importante levar em consideração alguns aspectos para decidir o que fazer com o animalzinho de estimação.

    Segundo a médica veterinária comportamentalista Simone Bergamini, professora da Pós-Graduação da Faculdade Qualittas, apesar de muitos estabelecimentos aceitarem animais, é preciso refletir sobre como será a rotina da família nos dias de folga.

    “Muitos hotéis e pousadas são pet friendly e aceitam principalmente cães de pequeno e médio porte, mas em uma viagem a passeio nem sempre o tutor terá tempo suficiente para passear com o animalzinho e isso precisa ser avaliado com cuidado antes de sair de casa. Se o destino for uma praia, por exemplo, não é aconselhável deixar o cão por horas seguidas embaixo do guarda-sol junto com a família, por causa do calor excessivo. Por outro lado, deixá-lo trancado sozinho no quarto do hotel também não é uma boa opção. Por isso, é preciso ter bom senso para avaliar a melhor opção”, destaca.

    No caso dos cães, se a opção for de não levar o pet na viagem, o ideal é que fique hospedado na casa de parentes e amigos ou em hotéis especializados. Simone Bergamini ressalta, no entanto, que em qualquer uma das situações, o ambiente e os cuidadores já devem ser conhecidos do animal.

    “Os cães são animais muito sociáveis e precisam de cuidados constantes, por isso não devem ficar sozinhos, mesmo se for uma viagem curta. Se a família optar por um hotel, é importante que o animal vá se adaptando aos poucos, para que ele já vá conhecendo o ambiente e possa se integrar melhor às atividades durante a hospedagem”, afirma.

    Já para quem tem gatos, a orientação é priorizar deixá-los em casa, principalmente em viagens curtas como feriados e finais de semana.

    “Tudo vai depender do fator individual de cada animal, tem gatos que estão acostumados a sair e que podem encarar a viagem de uma forma mais tranquila. Mas em geral, os gatos se estressam demais ao saírem de casa, por isso a primeira opção é que ele fique em seu próprio ambiente, na companhia de algum familiar. Contratar um cat sitter que visite o animal várias vezes ao dia para interagir com o animal também é uma alternativa”, explica Simone Bergamini.

    Outra opção para os gatos são os hotéis especializados e, nestes casos, a médica veterinária alerta para alguns critérios na hora da escolha. Entre eles, observar o espaço destinado a cada animal e a presença de enriquecimento ambiental, como por exemplo caixas ou nichos para que o animal possa se esconder e ficar tranquilo, se assim o desejar, além de brinquedos, durante a hospedagem.

    A idade do animal também deve ser considerada, tanto para os gatos quanto para os cães.

    “Os pets estão cada vez mais idosos e esse é um fator que não deve ser deixado de lado. Animais idosos têm mais dificuldade de se adaptar a novas situações. Então se o seu pet já é idoso e nunca saiu de casa, é importante refletir a real necessidade de levá-lo para essa viagem, que poderá ser transformar em uma fonte de estresse enorme para ele”, alerta Simone Bergamini.

    Cuidados com o transporte

    Se a família optar por levar os pets na viagem é de extrema importância se atentar para o transporte adequado dos animais. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, é proibido transportar animais de estimação no colo ou soltos, tanto dentro do veículo, quanto no porta-malas ou na caçamba.

    “Os gatos devem viajar sempre dentro de caixas de transporte, que devem ser presas ao cinto de segurança. Já os cães podem usar guias ou peitorais que se encaixam ao cinto de segurança, mas também podem ser transportados em caixas. Essas medidas são importantes para garantir a segurança tanto dos animais quanto dos demais ocupantes do veículo”, ressalta Simone Bergamini.

    Para os animais que sofrem com o deslocamento, o médico veterinário pode prescrever algum medicamento para a ansiedade. Outra opção, segundo Simone Bergamini é utilizar feromônios sintéticos para deixar os animais mais calmos.

    O produto é encontrado em petshops e deve ser passado dentro da caixa de transporte e no veículo, para que a viagem seja mais tranquila. Além disso, sempre que o pet acompanhar na viagem, é importante estar com a vacinação e os antiparasitários em dia.

    Foto: Freepik

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