O apresentador Fausto Silva, o Faustão, realizou um transplante de coração no Hospital Albert Einstein neste último domingo (27).
Muitos questionamentos surgiram em relação à celeridade do processo, uma vez que Faustão foi diagnosticado com insuficiência cardíaca grave apenas uma semana antes do procedimento. O tempo médio para um transplante de coração no Brasil é de 18 meses.
Apesar das especulações, segundo o Sistema de Transplantes do Brasil, Faustão não ultrapassou ninguém na fila de transplantes. Esta fila é única e considera tanto pacientes da rede pública quanto privada. A ordem cronológica de inclusão na lista é um critério, mas a gravidade do quadro do paciente é o fator preponderante para determinar a prioridade.
A condição grave de Faustão foi amplamente documentada. Um boletim médico divulgado recentemente pelo Hospital Albert Einstein destacou que ele estava sob cuidados intensivos, necessitando de medicamentos que auxiliam no bombeamento do coração devido ao agravamento de sua insuficiência.
O transplante de coração é um procedimento complexo e requer compatibilidade em diversos aspectos. A tipagem sanguínea é fundamental, e no caso de Faustão, é tipo B. Isso significa que, mesmo se outros pacientes estivessem à sua frente, um órgão de tipo A ou O não seria adequado para ele.
No dia do transplante, havia 12 possíveis receptores para o coração doado. Dos quatro considerados prioritários, Faustão estava em segundo lugar. O paciente em primeiro lugar recusou o órgão, o que permitiu que o apresentador fosse o beneficiado.
O Ministério da Saúde esclarece que a lista de transplante segue rigorosos critérios técnicos, como compatibilidade de peso, altura, genética, tipagem sanguínea e, principalmente, a gravidade da condição clínica.
Em 2021, foram atualizadas as condições de priorização para receptores de coração. O Dr. Stephanie Rizk, especialista da Rede D’Or e Hospital Sírio-Libanês, pontua que existem três níveis de gravidade. Faustão estava no terceiro, que inclui pacientes internados com choque cardiogênico, dependendo de medicamentos intravenosos para auxiliar o coração a funcionar corretamente. Esta condição pode causar falência de outros órgãos, como os rins.
Portanto, a fila para transplantes é dinâmica e baseada na gravidade do quadro do paciente. Se houver agravamento, o paciente pode se mover de uma condição de prioridade para outra, mais urgente.
Foto: Reprodução/Band
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