Foto: Reprodução / RPC
A Polícia Civil do Paraná está investigando uma quadrilha que usa uma falsa entrevista de emprego para roubar dados de pessoas desempregadas. Segundo a polícia, os criminosos enviam mensagens pelo celular para as vítimas, oferecendo vagas de trabalho em empresas fictícias.
As vítimas são convocadas para uma entrevista em um coworking, um espaço compartilhado por profissionais e empresas, localizado em áreas nobres da cidade. Lá, elas são recebidas por uma mulher que se passa por diretora de recursos humanos e faz perguntas sobre o currículo e a experiência profissional.
“Eu achei que era a vaga dos meus sonhos, um prédio comercial de luxo, uma empresa renomada”, conta Laryssa Nathyellee Ribas, de 20 anos, assistente administrativa e uma das vítimas do golpe.
Juraci Riscarolli, também auxiliar administrativa e vítima do golpe, diz que a mulher foi muito simpática e atenciosa durante a falsa entrevista. “Ela me elogiou muito, disse que eu tinha o perfil ideal para a vaga”, relata.
Durante a entrevista, a mulher pede os documentos das vítimas e tira fotos delas para um suposto cadastro. Em seguida, ela aplica uma prova de conhecimentos gerais e recolhe os celulares das vítimas em envelopes, alegando que o teste é sem consulta. É nesse momento que o golpe acontece.
Enquanto as vítimas fazem a prova, a mulher troca os chips dos celulares por outros aleatórios e foge com os originais. Com os dados das vítimas em mãos, os criminosos fazem compras, financiam veículos, abrem contas virtuais em bancos e pedem empréstimos.
As vítimas só percebem o golpe quando descobrem que a sala onde fizeram a entrevista foi alugada por pouco tempo e que a mulher que as entrevistou já tinha ido embora. Ela deixa os celulares com os chips trocados na recepção do coworking.
“Quando eu peguei meu celular de volta, meu WhatsApp não funcionava mais. Depois eu recebi uma mensagem dizendo que eu tinha financiado um carro no meu nome”, diz Larissa.
Outra vítima, que preferiu não se identificar, também caiu no mesmo golpe e diz que se sentiu humilhada. “É uma falta de respeito com quem está procurando emprego, com quem precisa trabalhar”, desabafa.
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso e identificou a mulher que se passava por diretora de recursos humanos. Ela foi reconhecida pelas vítimas por meio da foto do cadastro do coworking. Ela deve responder por estelionato e falsidade ideológica.
O delegado Wallace Brito, responsável pelo caso, diz que a mulher usava um nome falso, de uma das vítimas, e que as salas usadas nas entrevistas eram alugadas em nome de outros integrantes da quadrilha.
André Pegorer, dono do coworking onde ocorreu o golpe, diz que está colaborando com as investigações. “Nós estamos revisando as imagens das câmeras e enviando todas as informações possíveis para auxiliar a polícia na identificação dessas pessoas”, afirma.
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