Foto: Reprodução / RPC
O brasileiro Anderson Barbosa, acusado de matar a esposa e a filha no Japão em 2022, se recusou a dar detalhes sobre o crime em seu primeiro depoimento à Justiça Federal. Ele está preso desde 14 de julho deste ano no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Barbosa é natural de Londrina, norte do Paraná, e foi denunciado pelo Ministério Público Federal por duplo homicídio qualificado. Segundo a acusação, ele matou a esposa Manami Aramaki, 29 anos, e a filha Lily, de três anos, com golpes de faca na casa onde moravam na cidade de Osaka. O crime teria sido motivado pelo desejo da mulher de se separar do marido por causa de seu comportamento abusivo e violento.
Após o assassinato, Barbosa fugiu para o Brasil e ficou foragido até ser preso em São Paulo (SP) no mês passado. Ele foi extraditado para o Paraná por causa de um acordo de cooperação jurídica internacional entre o Brasil e o Japão.
Em audiência de custódia realizada na semana passada, Barbosa apenas relatou as circunstâncias em que vivia no Brasil antes de ser preso. Ele disse que estava saindo com uma pessoa de 87 anos que estava cuidando e com outra pessoa que era sua namorada há quatro meses. Ele afirmou que foi abordado pela polícia quando chamou um motorista de aplicativo e que os policiais apontaram armas para todos.
O advogado de defesa Jessé Conrado disse que “a acusação é injusta e excessiva” e que vai recorrer da decisão da Justiça Federal que negou o pedido de liberdade provisória para Barbosa. Ele também afirmou que vai pedir uma perícia psiquiátrica para avaliar o estado mental do réu.
A Polícia Federal deve marcar um novo depoimento para que Barbosa esclareça especificamente sobre o dia em que as mortes ocorreram. Segundo a polícia japonesa, Barbosa trocou mensagens com uma amiga logo após os crimes, onde negou ter matado a filha. Ele disse: “Eu não matei a minha filha, somente a minha esposa. Ela tirou a vida da minha filha. Não teve outra alternativa”. A polícia não encontrou indícios de que a mãe tenha assassinado a própria filha.
Barbosa ficará no Brasil para ser julgado pela Justiça Federal. Se condenado, ele pode pegar até 60 anos de prisão.
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