Amanhã, 17, será o lançamento de “Isabella: O caso Nardoni”, o novo documentário da Netflix que revisita o crime que abalou a nação. Uma das participações mais esperadas é a de Ana Carolina Oliveira, mãe da pequena Isabella.
Inicialmente, Ana Carolina tinha dúvidas sobre se devia ou não fazer parte da produção. A princípio, ela pensou que seria uma boa ideia participar do documentário para preservar a memória de Isabella.
“Apesar de 15 anos passados, casos de violência contra crianças ainda acontecem. Então, vi uma oportunidade de contar essa história para que a minha filha não fosse nunca esquecida, apesar de que por mim ela nunca será”, ela conta.
Algum tempo depois, ela ficou relutante, pois a decisão poderia afetar seus filhos, Miguel, de sete anos, e Maria Fernanda, de três anos. Ela pensou em desistir do projeto, mas, após refletir bastante, resolveu que iria participar do documentário.
“Mas depois liguei para o Claudio (codiretor do documentário), falando que achava que era muito delicado, que isso ia mexer com feridas, porque hoje isso envolve meus filhos. Tenho um filho de 7 anos que sabe que tem uma irmã mais velha, mas não sabe a realidade dos fatos. Aí, eu desisti, mas depois voltei atrás. O meu propósito em aceitar fazer parte desse projeto foi que essa história e tantas outras que não foram contadas não sejam esquecidas”, completou.
Nesse período de 15 anos desde o incidente, Ana descreveu sua trajetória de luto, mencionando que, embora o tempo tenha atenuado sua dor, a tristeza ainda persiste. E, enquanto ela se esforçou para seguir em frente, casando-se novamente e tendo mais filhos, alguns acontecimentos recentes trouxeram antigas feridas à tona.
A mãe ainda compartilhou sua perspectiva sobre a recente liberação da madrasta condenada, Anna Carolina Jatobá, para regime aberto. Em suas palavras, enquanto Jatobá pode voltar para casa, sua filha, infelizmente, nunca poderá.
Relembrando o caso
Em 2008, a trágica morte de Isabella Nardoni, então com cinco anos anos, despertou a atenção de todo o Brasil. Ela foi encontrada morta após cair do sexto andar de um prédio em São Paulo.
Inicialmente, o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, apresentaram uma versão de acidente. No entanto, dois anos depois, as investigações concluíram que, após um confronto, Jatobá teria sufocado a criança e, em seguida, Alexandre a teria lançado pela janela.
O pai, Alexandre, está cumprindo sua sentença em Tremembé, enquanto a madrasta teve algumas mudanças em seu regime prisional, atualmente em regime aberto. Vale ressaltar que Jatobá já havia progredido para o regime semiaberto em 2012, mas perdeu esse benefício após ser flagrada em uma videochamada com seus filhos.
Foto: Arquivo pessoal
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