Em pesquisa, 70% dos professores da rede estadual relatam adoecimento por uso de plataformas digitais

Entre os educadores ouvidos, mais de 90% alegam se sentirem sobrecarregados por conta das novas plataformas e também cobranças pelo cumprimento de metas. 

  • Entre os educadores ouvidos, mais de 90% alegam se sentirem sobrecarregados por conta das novas plataformas e também cobranças pelo cumprimento de metas. 

    Por Redação

    Um estudo divulgado na última quinta-feira (3) tentou medir os impactos da implementação de ferramentas digitais no sistema estadual de Educação no Paraná. O estudo revela, por exemplo, que mais de 70% dos professores da rede estadual entrevistados relatam adoecimento por conta da “avalanche” de novas plataformas e aplicativos tecnológicos.

    A pesquisa foi conduzida pela APP-Sindicato e o Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), que ouviu 300 professores(as), pedagogos(as) e diretores(as) da ativa sindicalizados(as) à APP em todas as regiões do Paraná, entre os dias 28 de junho e 7 de julho. O índice de confiança é de 95%.

    Quase a totalidade dos educadores, 91,3%, se declaram sobrecarregados com a avalanche de novas plataformas, aplicativos e meios tecnológicos somados à cobrança pelo cumprimento de metas. Já 74,3% reconhecem impactos negativos do modelo na sua saúde física e/ou mental, enquanto uma parcela maior (78,3%) afirma ter colegas que adoeceram em decorrência das dificuldades impostas pelas novas tecnologias.

    No mesmo estudo, 7 a cada 10 entrevistados (73%) revelaram que se sentem obrigados a adotar os meios tecnológicos impostos pela Secretaria da Educação e 95% dizem que há cobrança por metas e resultados.

    Segundo a cientista social e coordenadora do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), Gisele Rodrigues, a categoria não é contrária à adoção de novas tecnologias e metodologias de ensino, mas critica o excesso de plataformas, as limitações da rede e a obrigatoriedade. “A pesquisa sistematizou as várias fontes de estresse, que começam pela falta de diálogo, passam pela fragilidade dos treinamentos e pela falta de equipamentos e têm seu ápice na limitação da autonomia do educador e no estabelecimento de metas, que não estão sendo construídas de forma horizontal com a comunidade escolar”, diz.

    Foto: Ilustrativa/Arquivo/AEN

    Comentários estão fechados.