Alta de 16,6% no roubo de celulares no Brasil em 2022: quase 1 milhão de aparelhos

São Paulo foi o estado com o maior número absoluto de ocorrências, mas Bahia e Rio de Janeiro tiveram os maiores crescimentos proporcionais.

  • O Brasil registrou um aumento acentuado no roubo e furto de celulares em 2022, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado nesta quinta-feira, 20. Foram quase um milhão de aparelhos, um aumento de 16,6% em relação a 2021.

    São Paulo foi o estado com o maior número absoluto de ocorrências, mas Bahia e Rio de Janeiro tiveram os maiores crescimentos proporcionais.

    O levantamento aponta que 999.223 brasileiros registraram o furto ou roubo de seus aparelhos no ano passado, representando quase um caso por minuto. Em São Paulo, o estado mais populoso do país, houve uma média diária de quase 950 registros, totalizando 346.518 incidentes ao longo do ano.

    A Avenida Paulista, em São Paulo, destacou-se como um dos principais pontos de atividades criminosas, com um aumento notável de roubos de celulares após a pandemia. No centro da cidade, a ação de gangues especializadas em roubo de bicicletas e em quebrar vidros de carros tem assustado a população.

    Considerando a proporção de habitantes, Bahia e Rio de Janeiro registraram os maiores aumentos deste tipo de crime, com incrementos de 70,5% e 58,6%, respectivamente. No entanto, seis estados apresentaram redução no número de casos, com Mato Grosso liderando a queda com 41% de redução. Roraima, Paraíba, Acre, Pará e Rio Grande do Norte também apresentaram melhoras.

    Segundo dados do FBSP, em relação ao tamanho da população de cada estado, Amazonas, Distrito Federal e São Paulo apresentaram as maiores taxas de roubo e furto de celulares, enquanto Paraíba, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul tiveram os menores números.

    Especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública salientam a necessidade de conectar o aumento no roubo de celulares ao crescimento de estelionatos, especialmente com a migração para o mundo digital acelerada pelo lançamento do Pix.

    Observa-se que criminosos perceberam o potencial de lucro e o menor risco envolvido em crimes patrimoniais no ambiente virtual, daí a persistência nos roubos e furtos de celulares.

    Estados com mais roubos e furtos (por 100 mil habitantes):

    • Amazonas – 1.015,1
    • Distrito Federal – 1.008,3
    • São Paulo – 780,1
    • Espírito Santo – 669,9
    • Piauí – 624,4

    Estados com menos roubos e furtos (por 100 mil habitantes):

    • Paraíba – 115,8
    • Rio Grande do Sul – 160,1
    • Mato Grosso do Sul – 165,3
    • Minas Gerais – 261,1
    • Santa Catarina – 287,3

    Os especialistas destacam a necessidade de aprimoramento na investigação desses crimes e no desenvolvimento de expertise tecnológica e capacidades institucionais por parte das polícias.

    Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

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