O promotor de Justiça Bruno Vagaes, acusado de agredir e ameaçar a ex-esposa desde 2019, descumpriu medidas protetivas 101 vezes em menos de cinco anos. Ele foi condenado a sete meses de prisão e atualmente recorre em liberdade.
A servidora pública Fernanda B., que foi vítima de violências físicas e sexuais do ex-marido, relata que registrou o máximo de provas possíveis sobre os descumprimentos, mas que nada foi feito.
Durante todo esse tempo, Bruno Vagaes nunca foi afastado do cargo de promotor e continua com porte de arma. Por causa disso, Fernanda mudou de cidade e foi morar com os pais. Hoje, ela trabalha em home office e evita sair de casa, com medo do que pode acontecer.
Fernanda B. e Bruno Vagaes namoraram por seis anos e se casaram em 2011. A relação deles era conturbada, mas a mulher não percebia que já estava vivendo em um ciclo de violência.
“Eu conhecia esse lado de nervosismo dele, crises, mas eu acreditava que eu conseguia controlar essas crises”, ela relata.
Foi em dezembro de 2019 que a primeira medida protetiva foi concedida, depois que Fernanda denunciou o companheiro por importunação sexual. Na época, o casal ainda estava junto, mas ficou determinando que Vagaes deveria se afastar da casa onde eles moravam.
O imóvel pertencia à Fernanda, mas o promotor demorou para sair do local, o que descumpria a medida protetiva. A lei também determinou que Vages está proibido de se aproximar menos de 200 metros da ex-esposa e dos familiares dela, e que ele não pode entrar em contato de qualquer forma – o que inclui telefone, cartas, e-mail, entre outros.
De acordo com a defesa do acusado, esses supostos descumprimentos consistem, basicamente, em mensagens de WhatsApp, e que “nenhuma delas há conteúdo ameaçador”.
Em nota, o Ministério Público do Paraná diz que instaurou procedimentos administrativos para investigar a conduta do acusado e que o atual processo corre sob sigilo.
Foto: Reprodução / Jornal da Band
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