Quem ainda não ouviu falar que, quando alguém está muito abatido, triste e passa por momentos de muito estresse, ou até mesmo perdeu um amor, passa pelo sentimento de perda de um parente muito querido, está de coração partido?
Pois é, isso não é apenas uma convenção popular, mas é um problema que pode interferir severamente no funcionamento normal do coração, causando exatamente a Síndrome do Coração Partido ou a cardiomiopatia de Takotsubo que a American Herart Association define como uma cardiopatia adquirida, sendo responsável por 1% a 2% dos casos de síndrome coronariana aguda, similares aos sintomas atribuídos à obstrução das artérias coronárias.
Essa síndrome aparece nos momentos de emoções negativas como tristeza, angústia, surgimento de doenças graves, perda de emprego e estresse, que afetam o coração, podendo resultar em uma disfunção do funcionamento do músculo cardíaco, uma doença bastante rara.
Os sintomas podem ser muito parecidos com o infarto apresentando falta de ar, dor no peito ou cansaço em excesso. Esta doença pode estar ligada ao excesso de adrenalina produzido pelas emoções alteradas, causado pelo acontecimento, provocando alterações importantes às artérias cardíacas. É um efeito colateral no coração com sintomas parecidos com o infarto.
Uma dúvida pode surgir em seu pensamento: de que forma o músculo cardíaco pode ser atingido por questões emocionais ou psicológicas sofridas pelo paciente, que alteram o funcionamento dos ventrículos do coração que sob pressão e desregulado, passa a não se contrair de forma correta, podendo simular um infarto? As fortes emoções provocam um impacto no seu funcionamento, provocando seu consequente enfraquecimento.
Desde 2020, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, coleta dados em mais de 30 centros de tratamento cardiológicos por todo o Brasil, com a finalidade de ter um registro nacional de casos desta síndrome. Desta forma, desde então, é possível identificar a doença e as principais características das pessoas que já foram atingidas por este diagnóstico.
Estes registros, aponta que 90,5% dos pacientes atingidos pela Síndrome do Coração Partido são mulheres e a idade média destas pacientes é de 71 anos.
Quando os sintomas são sentidos, na maioria dos casos, em 63,3%, são sentidas fortes dores no peito e o paciente tinha, naquele momento, um histórico de estresse emocional que aparece nos registros como presente em 40% dos casos registrados. A teoria para que o maior número de pacientes seja do sexo feminino são causados pelos efeitos da menopausa.
Entre os sintomas mais presentes, estão: cansaço excessivo, aperto no peito, dificuldade para dormir, dificuldade para respirar, raiva, tristeza profunda ou depressão, tonturas, vômitos, perda de apetite, dores no estômago, morte inesperada de um familiar ou amigo, ser diagnosticado com uma doença grave, perder uma grande soma de dinheiro, passar por uma situação de separação, como o divórcio por exemplo, perda de autoestima, sentimentos negativos ou pensamentos suicidas.
Enfim, qualquer situação que possa provocar a produção de hormônios do estresse no organismo, que venham gerar a obstrução de alguns vasos cardíacos, lesando o coração. Estudos hemodinâmicos mostram que, durante a síndrome, os ventrículos do coração não contraem corretamente, simulando um infarto do miocárdio e resultando numa imagem semelhante a um coração partido.
A prática regular de exercícios físicos já comprovou ser eficiente no controle do estresse que sobrecarrega o coração. Caminhadas, meditação, prática de yoga, podem ser de fundamental importância para o controle da Síndrome do Coração Partido. Além dos cuidados com sua saúde física, é importante que se busque ajuda psicológica para superar os traumas ou momentos de emoções fortes.
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