De acordo com informações coletadas em uma reportagem do UOL, a crise humanitária em Pacaraima, Roraima, está se agravando devido a um aumento acentuado de 64,3% na entrada de imigrantes venezuelanos no primeiro trimestre de 2023, comparado ao mesmo período de 2022.
Dados da Operação Acolhida, vinculada à Casa Civil do governo federal, revelam que 51.838 venezuelanos ingressaram no Brasil por Roraima entre janeiro e março deste ano, um aumento substancial em relação aos 31.552 registrados no ano anterior. A alta na imigração está diretamente ligada à chegada de um maior número de crianças desacompanhadas, idosos e pessoas com doenças.
Como consequência direta desse aumento, Pacaraima, uma cidade de 20 mil habitantes, tem visto um crescimento expressivo no número de pessoas vivendo nas ruas, acentuando a já crítica situação humanitária. Há relatos de aumento de crimes, culminando em críticas à permanência desses imigrantes nas ruas e à ação truculenta da polícia em alguns casos.
A ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) expressou preocupação com a situação, apontando que as pessoas idosas e vulneráveis estão chegando em maior número do que no período de pré-pandemia.
O padre Jesus de Bobadilla, um dos líderes de apoio aos venezuelanos em Pacaraima, criticou fortemente o presidente Lula por seu apoio a Nicolás Maduro, visto como um dos responsáveis pela crise na Venezuela. Ele declarou que a situação está piorando e que, apesar dos esforços das instituições, a solução está em Caracas, capital da Venezuela.
A vereadora Teca Nelma, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Maceió, classificou a situação como desesperadora após uma visita recente à Pacaraima. Ela destacou que a cidade se tornou literalmente um ponto de acolhimento para essas pessoas, muitas delas em situações extremas de vulnerabilidade. Além disso, afirmou que o alcoolismo tem atingido especialmente o grupo de indígenas venezuelanos.
Em resposta ao aumento da violência, a prefeitura de Pacaraima anunciou a criação de uma guarda municipal para auxiliar na segurança, inicialmente composta por 29 profissionais. O vice-prefeito, Simeão Peixoto, pediu mais apoio dos governos estadual e federal para lidar com a situação crescente.
Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
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