A vacina contra a Covid-19 pode causar infarto?

A possibilidade de paradas cardíacas e óbitos em razão da vacina é muito pequena e muito inferior à quantidade de mortes pela Covid-19.

  • Algumas pessoas têm me perguntado se é verdade que as notícias que circulam pela internet de que, a vacina contra a Covid-19 pode causar problemas cardíacos, como o infarto do miocárdio, por exemplo. Uma pergunta deveras interessante, sem dúvida.

    Em primeiro lugar é preciso deixar claro, que a comunidade científica no mundo inteiro, trabalha constantemente na busca de pistas que possam esclarecer essa e muitas outras dúvidas com relação à nossa saúde, principalmente o coração, que é a maior causa de mortes, em todas as regiões do planeta. E a segurança das pessoas que fizeram uso da vacina Covid-19 ou de qualquer outra das dezenas que estão à nossa disposição na prevenção, não pode ser deixada de lado.

    Há notícias recentes de jovens que estão indo à óbito, subitamente por causas cardiológicas e que receberam a vacina, mas isso não quer dizer que a causa desta morte súbita tenha sido a vacina, pois o mal súbito pode ser acontecer por causas diferentes, no caso das cardiológicas pode acontecer motivada por cardiopatias genéticas, e alterações na estrutura do coração, por exemplo.

    Alguns países como Estados Unidos, Israel e Dinamarca existem pesquisas, realizadas diante de diversos apontamentos de “causa mortis”, que demonstram que, podem ocorrer mortes motivadas pela vacina em casos de acometimento cardiovascular que pode ocorrer a um número de até 0,5% das pessoas da população geral que foram contaminadas pelo vírus Covid.

    A grande maioria entre esse percentual é sem a presença de sintomas ou com esses sintomas sendo muito leves, quando ocorre a inflação do músculo cardíaco, a miocardite, ou com a inflamação da membrana do miocárdio que envolve o coração, a pericardite. Há ainda raros casos de arritmia e, pacientes com nossas conhecidas placas de aterosclerose nas veias coronárias, que podem ser deslocadas pelo vírus, levando ao infarto.

    Quanto a atletas de alto desempenho, os clubes de futebol e outros que tem atletas de alto nível, já estão preparados, já incluídos na rotina do seu departamento médico, realizar exames médicos em seus atletas que foram acometidos com Covid nas suas formas mais leve ou assintomática, para que só possam ter seu retorno as suas atividades, após uma detalhada avaliação do coração. Há registros nos exames de ressonância magnética de alterações que sugerem o aparecimento de miocardite.

    Em entrevista ao Portal Medicina e Saúde, o cardiologista Felix Ramires, diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), professor livre docente da Faculdade de Medicina de São Paulo (USP), coordenador do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Miocardiopatias do Incor e coordenador do programa de IC – Insuficiência Cardíaca do HCor, em janeiro de 2022, faz a seguinte afirmação sobre a possibilidade de paradas cardíacas e óbitos em razão da vacina Covid-19:

    “São possíveis. Se você tiver um acometimento da vacina na forma grave, que é extremamente raro, você pode ter arritmia, perda de força do coração pela miocardite mais grave e pode evoluir para o óbito. Já foram descritos casos de óbito pela utilização da vacina por uma reação, um acometimento cardíaco pela vacina. Mas graças a Deus a incidência desse acometimento cardíaco pela vacina é muito pequena e muito inferior à morte pela Covid-19”.

    A Anvisa mantém monitoramento constante sobre os riscos que, não só a vacina contra a Covid-19 pode causar à população, mas também em todas as demais vacinas utilizadas como prevenção no país. Também órgãos internacionais, renomadas universidades, laboratórios farmacêuticos e fabricantes em todo o mundo também fazem esse monitoramento. Precisamos estar atentos aos benefícios que as vacinas podem trazer aquele que faz a opção em recebê-las.

    No caso da Covid-19, temos a comprovação de que a vacina contribuiu fortemente para o recuo da doença que causou centenas de milhares de mortes nos últimos anos e continua causando. Os benefícios superam os riscos.

    Os idosos continuam sendo as principais vítimas das emergências cardíacas, mas não as únicas que, quando acontece, pode ser tarde demais. Cuide do seu coração.

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    Foto: Arquivo / PMM

    Marcelo Puzzi

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