Deputado cassado e tio de Damares: quem é pastor líder de igreja com avião apreendido com 290kg de maconha

A aeronave está vinculada à Igreja Quadrangular do Pará, presidida por Josué Bengston, que foi cassado no escândalo da “máfia das ambulâncias”.

  • Em uma ação sem precedentes no cenário político, a Polícia Federal (PF) interceptou uma aeronave transportando uma considerável quantidade de maconha – 290 kg – no último sábado. A aeronave está vinculada à Igreja Quadrangular do Pará, presidida por Josué Bengston, tio da conhecida senadora Damares Alves e ex-deputado federal cassado.

    Bengston, um pastor evangélico associado ao Partido Trabalhista Brasileiro, serviu na Câmara dos Deputados durante quatro mandatos (1999 a 2007, 2011 a 2018).

    Ele é mais conhecido por ser o primeiro mentor político de Damares Alves, muito antes de sua sobrinha se destacar no palco nacional como ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele a contratou como assistente parlamentar em seu gabinete no Congresso Nacional.

    Durante sua passagem pela Câmara, Bengston se opôs aos governos do PT e até votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. Seu mandato terminou de maneira controversa quando foi cassado pela Justiça Eleitoral após ser condenado por enriquecimento ilícito em uma investigação do Ministério Público Federal (MPF).

    Esta investigação revelou que ele desviava fundos de saúde do Pará, alocando emendas para municípios com licitações fraudulentas, cujo dinheiro acabava em sua conta pessoal e na da Igreja Quadrangular. Este escândalo foi apelidado de “máfia das ambulâncias”, resultando em sua inelegibilidade por oito anos e uma multa de R$ 150 mil.

    Bengston causou polêmica em 2020 quando criticou publicamente as cotas universitárias destinadas à população negra e de baixa renda.

    Após a apreensão da aeronave, a senadora Damares Alves fez questão de se distanciar do incidente, insistindo que a igreja reportou a carga à Polícia Federal.

    Contudo, a PF refuta essas alegações, confirmando que a operação foi baseada em informações de inteligência do Núcleo de Polícia Aeroportuária da PF, e que a aeronave já estava sob vigilância da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

    Foto: Reprodução

    Comentários estão fechados.