Projeto beneficiaria diretamente os 23 Colégios Agrícolas que atualmente funcionam no Paraná, três deles no noroeste do Estado. Entenda o que muda.
Por Victor Ramalho
O Governo do Paraná quer tirar do papel um projeto que traz de volta as já conhecidas cooperativas-escolas, para estarem em funcionamento dentro dos Colégios Agrícolas estaduais. Uma mensagem de lei foi enviada pelo Executivo à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no dia 9 de maio e, atualmente, está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Conforme descreve o Governo do Estado no projeto, o objetivo da iniciativa é “dar mais autonomia às fazendas-escola, uma vez que hoje os colégios e esses espaços encontram algumas dificuldades para seu bom funcionamento, pois a realidade do campo demanda tomadas de decisões em ritmo distinto do colégio em si”.
Na prática, as cooperativas dariam uma outra fonte de renda para as instituições, que poderiam reverter a arrecadação das vendas de produtos ali produzidos para projetos internos.
No Paraná, são atualmente 23 Colégios Agrícolas em funcionamento, sendo três deles na região de Maringá: o Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas, em Apucarana, o Colégio Agrícola Estadual de Campo Mourão, em Campo Mourão e o Colégio Agrícola Estadual de Umuarama, em Umuarama.
A reportagem da Tribuna do Norte, em Apucarana, conversou com gestores do Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas que, por terem convívio diário com a rotina da entidade, puderam trazer mais detalhes sobre como o projeto mudaria a dinâmica das instituições de ensino.
Ao TNOnline, o professor e diretor da Unidade Didático Produtiva (UDP) do Colégio, Julio César Pedroso, explicou que a iniciativa vai dar mais autonomia financeira para as unidades de ensino. “A ideia é trazer autonomia para escola em relação à gestão de recursos financeiros. Isso traria um grande benefício para a manter uma estrutura produtiva mais constante dentro do processo. A gente tem o foco didático de fazer com que o aluno aprenda produzindo e trabalhando, mas também temos essa questão de manter o processo da escola sempre ativo dentro da questão financeira”, disse.
No Paraná, cooperativas-escolas existiam em algumas unidades até 2013, quando foram desativadas pelo Governo do Estado. Atualmente, o excedente das produções que não são consumidas pelos alunos são destinadas ao Executivo. Caso as cooperativas voltem, os colégios poderão vender esse insumos e gerar receitas próprias.
A diretora-geral do Colégio Agrícola de Apucarana, Rose Pimenta, também afirmou a Tribuna do Norte que a instituição deseja muito o retorno das cooperativas. “A cooperativa desburocratiza e agiliza o processo. A gente tem recursos provenientes do fundo rotativo, porém existem casos que requerem investimentos mais altos, como exemplo a construção de um barracão para o gado, para abrigo, é um dinheiro muito alto. Até conseguir, é processo mais demorado”, afirmou.
Na unidade de Apucarana, estudam atualmente 270 alunos, que desenvolvem trabalhos práticos nas áreas da suinocultura, bovinocultura, ovinocultura, avicultura, horticultura, fruticultura, culturas de soja, trigo, milho, entre outros. Tudo que é produzido destina-se ao consumo interno dos alunos e servidores.
Foto: Lucas Fermin/SEED-PR
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