Nova York, uma das maiores cidades do mundo, está sofrendo com o fenômeno de subsidência, afundando entre 1 a 2 mm por ano, de acordo com um estudo recente divulgado pela BBC.
Este afundamento é parcialmente devido à imensa carga de seus edifícios, estimada em 762 milhões de toneladas de concreto, vidro e aço, bem como infraestrutura e população adicionais.
A cidade de Nova York já tem uma longa história de subsidência (afundamento gradativo da terra), que começou após o fim da última era glacial. Com o alívio do peso das camadas de gelo, algumas terras na costa leste estão se expandindo, enquanto outras partes, incluindo a área onde Nova York se encontra, parecem estar se acomodando.
Este “relaxamento” é uma das principais causas de subsidência, segundo Tom Parsons, geofísico de pesquisa do Pacific Coastal and Marine Science Center do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Porém, o peso maciço do ambiente construído na cidade tem intensificado esse fenômeno. E Nova York não está sozinha. Parsons sugere que ela “pode ser um exemplo para outras cidades costeiras, com populações migrantes crescentes e urbanização associada”. Tais cidades também enfrentam o desafio do aumento do nível do mar.
O afundamento das cidades costeiras é um problema global que tem várias causas, e a pressão da infraestrutura humana na terra é um fator crucial. A escala dessa infraestrutura é enorme: em 2020, a massa dos objetos feitos pelo homem ultrapassou a de toda a biomassa viva.
Uma abordagem para mitigar o problema poderia ser a cessação da construção, uma vez que o assentamento do solo sob os edifícios geralmente é concluído um ou dois anos após a construção. Além disso, estratégias para diminuir a retirada de água subterrânea e a extração de aquíferos, e a manutenção dos níveis dos lençóis freáticos poderiam ser benéficas.
Enquanto isso, a cidade de Nova York e outras cidades costeiras em todo o mundo estão lutando para construir e manter defesas contra inundações. Contudo, essas soluções são apenas medidas paliativas se não houver esforço global para interromper a crise climática eliminando as emissões de gases de efeito estufa, o que poderia retardar o aumento do nível do mar.
Em meio a esses desafios, Steven D’Hondt, professor de oceanografia da Universidade de Rhode Island, enfatiza a necessidade de ação: “Os governos precisam se preocupar. Se eles não querem ter uma perda maciça de infraestrutura e capacidade econômica em algumas décadas, precisam começar a planejar agora.”
Foto: Getty Images
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