O renomado ator americano, Tom Hanks, levantou a possibilidade de sua carreira artística continuar mesmo após seu falecimento por meio da utilização da inteligência artificial.
Conhecido por seus papéis em filmes como “Forrest Gump” e “Náufrago”, Hanks expressou a ideia de que a tecnologia poderia ser empregada para recriar sua imagem e permitir que ele continue a aparecer em filmes “desde o presente até o fim dos tempos”.
No entanto, ele também reconheceu os desafios que o uso da inteligência artificial acarreta, tanto no âmbito artístico quanto no legal.
Essas declarações surgem logo após o vocalista da icônica banda pop Pet Shop Boys, Neil Tennant, ter mencionado que a tecnologia poderia ser adotada por artistas durante o processo de composição musical.
Durante uma entrevista no podcast “The Adam Buxton”, Hanks, atualmente com 66 anos, foi questionado sobre as questões legais relacionadas a essa nova tecnologia.
O ator relembrou a primeira vez em que experimentou o uso de tecnologia digital para criar sua representação em um filme: “Nossa primeira experiência com um filme que armazenava uma grande quantidade de nossos próprios dados em um computador – nossa aparência literalmente – foi em ‘O Expresso Polar'”.
Hanks observou que, desde então, a capacidade de transformar dados digitais em rostos e personagens cresceu exponencialmente e se tornou amplamente difundida.
Ele compartilhou que a indústria cinematográfica está atualmente envolvida em discussões para abordar a proteção dos atores em relação aos efeitos dessa tecnologia.
“Há conversas em andamento em todas as associações, agências e escritórios de advocacia para lidar com as implicações legais relacionadas à minha imagem, minha voz e à propriedade intelectual de todos os outros”, acrescentou Hanks.
O ator destacou que agora é possível recriar qualquer pessoa em qualquer idade por meio da inteligência artificial ou da tecnologia deep fake.
No entanto, ele reconheceu que esses avanços tecnológicos podem levar a uma versão gerada por IA de si mesmo aparecendo em filmes que ele normalmente não escolheria.
Hanks enfatizou que, embora as pessoas possam perceber que se trata de uma representação artificial, a questão é se isso realmente importaria para elas.
“Certamente, haverá pessoas que não se importarão e não farão essa distinção”, disse o ator.
A tecnologia semelhante foi recentemente usada no último filme da franquia Indiana Jones, onde Harrison Ford, com 80 anos, foi “rejuvenescido” para uma sequência de abertura.
Os cineastas combinaram cenas antigas de Ford com novas filmagens, criando a ilusão de um Indiana Jones mais jovem em 1944.
Além do cinema, a inteligência artificial também está gerando dilemas na indústria da música, dividindo opiniões sobre seu uso por parte dos artistas.
Recentemente, uma música que utilizava vozes clonadas de Drake e The Weeknd foi removida das plataformas de streaming devido à controvérsia gerada. No entanto, artistas como a cantora pop Grimes incentivam o uso da tecnologia vocal para explorar novas possibilidades musicais.
À medida que a tecnologia avança, artistas como Tom Hanks e Neil Tennant estão explorando as possibilidades e as repercussões dessa nova era artística impulsionada pela inteligência artificial. A interação entre humanos e IA continua a evoluir, levantando questões complexas sobre identidade, autenticidade e os limites da criatividade humana.
Foto: Reprodução Instagram
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