A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ publicaram um estudo que revelou um aumento de 76% nos incidentes de homofobia no futebol brasileiro em 2022, em comparação com o ano anterior.
O estudo detalhado registrou 74 incidentes de discriminação, que ocorreram em estádios, plataformas de mídia social e na mídia geral.
Onã Rudá, fundador do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+, ressaltou a frequência semanal desses incidentes e a necessidade urgente de enfrentá-los. Ele afirmou que, embora alguns clubes estejam tomando medidas para educar jogadores, funcionários e fãs, os esforços são ainda insuficientes.
Rudá enfatizou a natureza destrutiva da homofobia, apontando para uma pesquisa de 2018 que indicava que mais de 60% dos brasileiros LGBTQ+ já consideraram o suicídio.
A divulgação do estudo coincidiu com o Dia Mundial de Combate à LGBTfobia. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, reafirmou a importância de combater a discriminação no esporte, posicionando-se como um defensor da inclusão no futebol.
Este ano, a CBF incluiu em seu Regulamento Geral de Competições medidas para punir clubes por atos discriminatórios. O Corinthians pode ser um dos primeiros a enfrentar essas novas regras após um incidente envolvendo cânticos homofóbicos de alguns de seus torcedores no jogo contra o São Paulo.
Rudá também solicitou a criação de um protocolo padronizado para orientar os árbitros do Brasil sobre como lidar com incidentes de discriminação. Ele observou que, embora alguns árbitros tenham interrompido os jogos devido a cânticos homofóbicos, a falta de registro oficial desses incidentes prejudica ações jurídicas posteriores.
O Coletivo também está pressionando por maior envolvimento dos clubes em campanhas contra a homofobia. No ano passado, 66 dos clubes do Campeonato Brasileiro mostraram apoio ao Dia Mundial de Combate à LGBTfobia em suas redes sociais, enquanto 58 clubes permaneceram em silêncio. Espera-se que esse número aumente este ano.
Foto: Divulgação
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