Foto: Odenir Cemensati
Concessionária Rumo não está autorizando acesso da Sanepar para fazer restauração do muro de arrimo. Ofício será enviado ao MP Estadual e Federal
Na sessão ordinária da Câmara dos Vereadores desta quinta-feira (11), o vereador Sidnei Telles, que é presidente da Comissão Especial de Estudos sobre o túnel ferroviário do Novo Centro, afirmou que, junto com os vereadores Alex Chaves (relator) e Rafael Roza (membro), vai acionar o Ministério Público Estadual e Federal para exigir que a concessionária Rumo autorize a Sanepar a acessar novamente o túnel para concluir os reparos, desta vez no muro de arrimo, que foi comprometido no último dia 18, quando uma cratera se abriu no cruzamento das avenidas Paraná e Horácio Raccanello. Segundo o vereador, que é engenheiro civil, apesar de a estrutura do túnel estar estável, ainda há riscos de que novas crateras se abram.
“O muro de arrimo está rompido, por isso há, sim, risco de que, em caso de chuva forte, tenhamos mais problemas, inclusive no pavimento que foi refeito. Este é o motivo da nossa urgência em obter esta autorização e esclarecimentos por parte da empresa, que tem concessão cedida pelo Governo Federal para administrar o túnel ferroviário”, explica o vereador, que chegou a cogitar durante a sessão a possibilidade de que se abra uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para intensificar o trabalho de investigação. “Enquanto não for feito o reparo no muro de arrimo, há insegurança no local e, consequentemente, insegurança aos munícipes”, afirma. Além da falta de autorização para a Sanepar acessar o túnel, a empresa também não deu retorno às solicitações da Comissão de Estudos, mesmo passados mais de 20 dias do incidente no centro da cidade.
Entre os questionamentos dos vereadores está o fato apresentado pelo Corpo de Bombeiros durante a segunda oitiva da Comissão, realizada na quarta-feira (10), de que, em 2009, foi apresentado pela corporação um Plano de Atendimento Emergencial, que deveria ter sido executado no túnel pela então concessionária responsável, a América Latina Logística S.A. (ALL). No entanto, até o momento, a Comissão não encontrou indícios de que o referido plano tenha, de fato, sido executado, o que representaria riscos em caso de acidentes, uma vez que não há acesso de veículos de socorro para o interior do túnel e outros mecanismos de segurança. Também foi confirmado durante a oitiva que vagões usados para o transporte de combustíveis estão trafegando pelo túnel, o que, segundo o Corpo de Bombeiros, traz riscos de explosões, mesmo estando vazios. “Se o vagão estiver cheio e ocorrer um acidente, ele vai pegar fogo, mas vazio é ainda pior, porque os gases produzidos pelo residual do combustível podem causar explosões”, explica o vereador. A Comissão de Estudos recebeu nesta quinta-feira (11) novos documentos da Sanepar e deve formalizar um ofício ao Ministério Público até o início da próxima semana.
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