Martinho da Vila, aos 85 anos, desafia as tendências atuais e lança um novo álbum, “Negra Ópera”. Este trabalho musical reflete a rica história e cultura negra brasileira, com lançamento agendado para a véspera do aniversário da Abolição da Escravatura no Brasil.
Aos 85 anos, Martinho da Vila, inicialmente relutante em lançar novos álbuns, aceitou o desafio de sua gravadora e encontrou inspiração na sua própria trajetória.
Assim surgiu “Negra Ópera”, um álbum que estará disponível a partir de sexta-feira, 12, antecipando a celebração do aniversário da Abolição da Escravatura no Brasil.
Concebido como uma ópera com abertura, atos e personagens, o álbum se destaca pela dramaticidade. Martinho da Vila, conhecido por suas músicas alegres e vibrantes, desejava algo mais íntimo e dramático para este projeto, como explicou em uma videoconferência ao Estadão.
O samba, que Martinho descreveu no passado como “o pai da alegria”, continua sendo uma forte influência para ele, ainda que “Negra Ópera” traga uma nova perspectiva. O álbum explora a importância da contribuição negra para a formação do Brasil, tanto na língua quanto na culinária, e na maneira única de expressar a tristeza.
“Negra Ópera” mescla reinterpretações de canções prévias e novas composições, todas com mensagens poderosas relacionadas à experiência negra. Martinho da Vila também levanta questões sobre preconceito velado na indústria da música, apontando a ausência de seu nome nas listas de melhores músicas e compositores que são divulgadas anualmente.
A obra começa com uma homenagem a Zumbi e explora a independência do povo negro, a liberdade religiosa e a vida cotidiana. Através de suas músicas, Martinho da Vila dá voz aos marginalizados e celebra a diversidade e a resistência da cultura negra brasileira.
O show de lançamento do álbum será no Teatro J. Safra nos dias 12, 13 e 14, com ingressos disponíveis apenas para o domingo.
Foto: Instagram Martinho da Vila
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