Em 10 anos, mais de 2 mil trabalhadores morreram em acidentes no Paraná

Os dados consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, o que significa que os números devem ser ainda maiores.

  • Entre 2012 e 2022, um total de 2.239 trabalhadores morreram em acidentes de trabalho no Paraná, de acordo com dados divulgados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). No mesmo período, o estado registrou 223,4 mil notificações de acidentes de trabalho.

    Os números foram coletados pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, plataforma online do MPT que monitora as condições laborais em todo o país.

    É importante ressaltar que os dados coletados consideram apenas os trabalhadores registrados com carteira assinada. Por esse motivo, a expectativa do MPT é que os números sejam ainda maiores.

    “Infelizmente, temos um mercado de trabalho com mais de 50% de trabalhadores na informalidade e isso repercute nas subnotificações”, afirmou o procurador do Trabalho Alberto Emiliano de Oliveira Neto.

    Em 2022, o Paraná notificou 44,7 mil casos de acidentes de trabalho, resultando em 232 mortes. Segundo o MPT, este é o pior cenário registrado desde 2013, quando houve 273 mortes.

    De acordo com os dados analisados entre 2012 e 2022, as atividades com maior risco de acidentes de trabalho no Paraná são:

    • Atendimento hospitalar, com 35,4 mil acidentes;
    • Abate de animais, com 28,8 mil acidentes;
    • Supermercados, com 17 mil acidentes;
    • Transporte rodoviário de cargas, com 13,5 mil acidentes;
    • Construção de edifícios, com 10,6 mil acidentes.

    O procurador do Trabalho Alberto Emiliano de Oliveira Neto reforça que a responsabilidade pela segurança no ambiente de trabalho é de todos, tanto dos empregadores quanto dos empregados.

    “Para os empregados é importante se preocupar com o devido uso de equipamentos de proteção individual. Em relação às empresas, incrementar o treinamento, o diálogo social e certamente conceder os equipamentos, não só de proteção individual, mas também de proteção coletiva”, afirmou.

    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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