A pesquisa realizada na Faculdade de Saúde Pública da USP analisou 345 escovas de dente em 26 cidades paulistas e descobriu que apenas 17,4% delas atendem aos padrões necessários.
O estudo, liderado por Sônia Regina Cardim de Cerqueira Pestana e orientado por Paulo Capel Narvai, analisou escovas de dentes para bebês, crianças e adultos, e constatou que a maioria apresentava irregularidades em relação às cerdas.
A análise, feita em dois níveis (a olho nu e com microscópio), revelou que a maior parte das escovas tinha um número de cerdas inferior ao necessário e com dimensões diferentes das preconizadas. Além disso, a maioria das cerdas não possuía pontas polidas e arredondadas, sendo, em vez disso, retas e dilaceradas. Essas irregularidades podem causar microfissuras na gengiva e desgaste no esmalte dos dentes, levando a hipersensibilidade e dor após a escovação.
A pesquisa também mostrou que as normas atuais relacionadas às escovas de dente são frágeis e insuficientes, permitindo a venda de produtos inadequados ao consumidor. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou que avaliará a possibilidade de incluir uma revisão da norma na agenda 2024-2026, e que os resultados do estudo da USP serão levados em consideração.
Para garantir a escolha de uma escova de dentes adequada, os consumidores devem observar as seguintes características:
Cabeça: tamanho adequado para acessar todas as áreas da boca;
Cabo: formato ergonômico e confortável;
Cerdas: quantidade mínima de 18 tufos com 80 cerdas arredondadas e polidas cada;
Diâmetro das cerdas: 0,18 mm para adultos e 0,13 mm para crianças;
Comprimento das cerdas: entre 9 mm e 10 mm.
Ao observar essas características, é possível garantir uma escovação mais eficiente e proteger a saúde bucal, evitando problemas causados por escovas de dente inadequadas.
Imagem: Freepik / Foto criada por @jcomp
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