O futuro da agropecuária paranaense e brasileira passa necessariamente pela sustentabilidade, com o cuidado em relação ao solo e ao aproveitamento dos benefícios oferecidos pela natureza, como a energia solar.
O assunto foi discutido pelo secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, em eventos nesta segunda-feira (10) na 61ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina – ExpoLondrina.
“Precisamos continuar melhorando o jeito de fazer agricultura”, disse o secretário, durante palestra no III Circuito Brasil Agrossustentável. Além de profissionais interessados no assunto, a sala reuniu dezenas de estudantes de escolas do Estado, que visitavam a exposição.
Ortigara lembrou que durante muitos anos algumas ações humanas foram prejudiciais para a fertilidade do solo, como a mecanização intensiva, que acarretou erosão. “A gente era muito imediatista, havia pouca ciência envolvida na atuação”, ponderou. “Mas tomamos consciência de que era necessário dar uma guinada no jeito de fazer, porque precisamos ter um solo química, física e biologicamente bom”.
Na conversa com os estudantes, Ortigara destacou que os agropecuaristas têm evoluído. “Uma boa parte percebeu que não dá para fazer uma agricultura de qualquer jeito”, afirmou. “A agricultura sustentável, com técnicas modernas e inovadoras de respeito ao solo e à água, pode aumentar não apenas a produtividade, mas a rentabilidade do produtor”, disse.
Uma das possibilidades é o uso de energia renovável, que teve um painel próprio na ExpoLondrina – O Futuro do Agro e as Energias Renováveis. Na abertura do painel, Ortigara destacou que a energia que garantirá um bom futuro ao agro é a renovável. “Faz parte do movimento de sermos mais inteligentes”, ressaltou. “Mais conhecimento aplicado é o que nos move, é o que vai nos levar a sermos gigantes na produção de comida”.
A energia é atualmente um dos insumos mais importantes para se ter uma agropecuária de sucesso, visto que praticamente todos os processos envolvem boa qualidade energética. Além disso, a geração própria tem reduzido bastante o custo de produção para os agropecuaristas. Por isso o Governo do Estado tem investido no trifaseamento de 25 mil quilômetros de rede, garantindo maior estabilidade a quem utiliza essa fonte.
E também em razão disso o Estado trabalha para reforçar o uso da energia renovável, tanto a solar quanto a proveniente de biomassa, assumindo o pagamento de parte da taxa de juros dos investimentos, por meio do programa Renova Paraná. “É preciso ser racional, usar o que temos em abundância e produzir a própria energia”, disse o secretário da Agricultura. “Os tempos são mais tecnológicos, mais assertivos, mais refinados e precisos, por isso o nosso desafio é fazer mais e melhor com menos recursos, para sobrar mais no bolso”.
CADEIAS PRODUTIVAS
À tarde, o secretário participou de um programa de TV sobre Cadeias Produtivas no Agronegócio. Ortigara destacou a presença brasileira em pelo menos 40 cadeias produtivas no mundo. “Se formos competentes, vamos crescer ainda mais porque há um espaço enorme para o agricultor ganhar dinheiro”, afirmou. “Esse é o caminho, podemos ser menos dependentes e atingir o mundo com qualidade”, acrescentou.
O programa de TV também teve a presença do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola; do presidente da Ocepar, José Ricken; do presidente da Federação da Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Fernando Moraes; do coordenador técnico e econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Jefrey Kleine; e de Wellington Ferreira, presidente da Sicredi Paraná/São Paulo.
AEN
Foto: Evandro Fadel/SEAB
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