Comitiva liderada por Lula embarca para China com empresários envolvidos em investigações

A viagem está prevista para acontecer entre os dias 24 e 30 de março de 2023 e conta com nomes e companhias importantes do setor agro.

  • O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderará uma comitiva de empresários em uma viagem à China, organizada pelo Ministério da Agricultura. A viagem está prevista para acontecer entre os dias 24 e 30 de março de 2023 e conta com nomes e companhias importantes do setor agro, incluindo a JBS, controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, que foram investigados por operações ilegais durante gestões petistas anteriores.

    Em depoimento, Joesley afirmou ter depositado aproximadamente US$ 150 milhões em contas no exterior a pedido do ex-ministro petista Guido Mantega, com o intuito de beneficiar Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff em campanhas eleitorais. No entanto, a defesa dos petistas negou qualquer envolvimento nos pagamentos.

    Outra empresa presente na viagem é a Marfrig, investigada em operações da Polícia Federal. O fundador da empresa, Marcos Molina, afirmou em depoimento ter pago R$ 617 mil ao operador Lúcio Funaro para a liberação de empréstimos na Caixa Econômica Federal, quando o então deputado Geddel Vieira Lima (MDB) era vice-presidente do banco. Molina formalizou um termo de compromisso de risco de danos, que protege a Marfrig e seu executivo de suas responsabilidades financeiras e jurídicas. Ele não estará presente na viagem.

    Também participará da comitiva o presidente da Abiec, Antônio Camardelli, que atuou como intermediário da JBS e fez doações de caixa dois a campanhas políticas. Onyx Lorenzoni (então no DEM-RS, hoje no PL), que foi ministro da Casa Civil e de outras pastas no governo de Jair Bolsonaro (PL), foi um dos políticos que receberam a doação. Em entrevistas à imprensa em maio de 2017, Lorenzoni argumentou que o dinheiro foi usado para quitar gastos de campanha de 2014. Camardelli não se manifestou sobre o assunto.

    O objetivo da viagem é facilitar encontros e negócios entre os executivos brasileiros e chineses. Além dos executivos do agro, mais de 50 industriais, incluindo a Embraer e a Vale, também irão à China.

    O Ministério da Agricultura afirmou que os custos de viagem e hospedagem serão pagos pelos empresários. O presidente terá uma série de reuniões políticas bilaterais com os chineses durante a próxima semana e retornará ao Brasil na quinta-feira (30).

    Foto: José Cruz / Agência Brasil

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