A ONU acusa a polícia brasileira de tratamento desigual e aponta um aumento de mortes entre negros e uma queda entre brancos.
As críticas foram feitas pelo novo Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, que destacou que a violência infligida às pessoas de descendência africana pelos agentes da lei é um exemplo do dano estrutural enraizado na discriminação racial.
Em uma avaliação de cerca de 40 locais mais críticos em termos de violações no mundo, a agência incluiu novamente a situação da violência policial brasileira contra a população negra.
De acordo com Turk, o total de mortes em encontros com a polícia caiu em 2021 pela primeira vez em nove anos no Brasil, com uma queda de 31% para os brancos, mas um aumento de quase 6% no número de mortes de afrodescendentes.
Além da situação brasileira, Turk destacou o uso excessivo da força, o perfil racial e práticas discriminatórias pela polícia em países como Austrália, França, Irlanda e Reino Unido.
Nos Estados Unidos, as pessoas de descendência africana têm quase três vezes mais probabilidade de serem mortas pela polícia do que as pessoas brancas.
A morte de Tyre Nichols em Memphis destacou-se não apenas pela gravidade da violência gravada, mas porque foi seguida por ações imediatas para processar os policiais envolvidos, enquanto geralmente apenas uma fração desses casos leva os responsáveis a serem levados à justiça.
Os responsáveis precisam ser levados à Justiça, e uma ação rápida e determinada para responsabilizar os responsáveis em cada caso deveria ser a regra e não a exceção.
Estatísticas:
- Queda de 31% nas mortes de brancos em encontros com a polícia brasileira em 2021
- Aumento de quase 6% no número de mortes de afrodescendentes em encontros com a polícia brasileira em 2021
- Nos EUA, pessoas de descendência africana têm quase três vezes mais probabilidade de serem mortas pela polícia do que pessoas brancas.
Imagem de F. Muhammad por Pixabay
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