Rever os amigos e colegas, matar a saudade dos professores, retomar projetos extracurriculares, dar mais um passo estratégico rumo ao futuro torna a volta às aulas uma alegria para a maioria dos estudantes.
Acolher os estudantes e celebrar os momentos marcantes como o retorno às aulas pode contribuir com o equilíbrio emocional de crianças e adolescentes. Isso porque o córtex pré-frontal, responsável pela regulação emocional e escolha das opções e estratégias comportamentais, começa a amadurecer a partir dos 3 anos. Contudo, o cérebro só fica completamente desenvolvido por volta dos 25 anos de idade, o que levou à necessidade de apoio em prol da formação e equilíbrio emocional até essa fase.
“Simbolizar os momentos de abertura e fechamento de ciclo contribui com o processamento das emoções, também, nessas fases da vida. Dessa forma, ajudamos o estudante a fazer a despedida das experiências vividas e consolidar o aprendizado daquela etapa. Favorecemos, ainda, a elaboração da insegurança e de outros sentimentos que podem vir a partir da mudança”, comenta a psicóloga Pollyana Vieira e Sousa.
A vida acadêmica é cercada de ritos de passagem como o primeiro dia de aula e as transições de séries. Outros marcos, como migrar da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, para o Ensino Médio e a formatura marcam o ganho de conhecimento, conquista de autonomia e entrada na vida adulta.
Para Pollyana, que atua no serviço de apoio psicológico aos alunos, ao acompanhar os estudantes em seus ciclos, com celebrações e ações pedagógicas formativas, a escola expande a consciência e a percepção do aluno quanto as habilidades desenvolvidas na série anterior e evidencia as novas possibilidades que ele irá acessar na série seguinte. “O ritual contribui para a clareza do processo da vida: acolhe as emoções desafiadoras dos momentos vividos para abrir espaço de uma forma mais leve para o ciclo que será iniciado”, reforça a especialista.
Ela observa que esse processo é ainda mais relevante para as crianças que, por estarem no início da jornada de evolução emocional fisiológica, precisam vivenciar as situações no campo da experimentação, isto é, de forma mais concreta. “Percebemos que após os ritos elas ficam mais motivadas e com mais esperança para o que está por vir”, acrescenta Pollyana.
Transição de séries e seus desafios
Estar atento às diversas transições das crianças e jovens deve fazer parte do cotidiano formativo na jornada estudantil. Afinal, a mudança de rotina pode parecer desafiadora durante a evolução estudantil.
A cada fase os alunos se deparam ainda com novas responsabilidades, expectativas e com mais autonomia. É por isso que é importante fornecer a eles formas de integração e apoio.
Nesse sentido, o trabalho de parceria entre escola, família e aluno deve buscar fortalecer o vínculo escolar e desenvolver habilidades socioemocionais tais como perseverança e resiliência, além de colaboração, necessárias durante as transições e para toda a jornada escolar, profissional e pessoal.
Estadão Conteúdo
Imagem ilustrativa: Freepik / Foto criada por @zinkevych
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