Por Marcos Antomil
O técnico Abel Ferreira decidiu se apegar à superstição neste início de ano. Após os muros do Allianz Parque serem pichados na noite do empate sem gols com o São Paulo pelo Paulistão, o técnico português relembrou que, em seguida à conquista da Copa Libertadores de 2020, o mesmo aconteceu e a temporada terminou com mais um título continental do Palmeiras. Para Abel, as cobranças exageradas da torcida são o presságio de uma temporada vencedora.
A conquista da Supercopa do Brasil no sábado diante do Flamengo corroborou a percepção de Abel Ferreira. Apesar de o peso desse título não se comparar aos desafios mais relevantes que o Palmeiras tem no ano, o português entende que as reclamações acompanham um clube que almeja novos troféus e a vitória não anula a intenção de buscar reforços.
“(Pichações) São questões políticas e não quero me meter aí. Tenho certeza absoluta que a torcida organizada está orgulhosa do nosso trabalho. Que todos os outros torcedores também estão, porque tudo o que esse grupo conquistou foi com trabalho e dedicação. Não há jogador ou reforço nenhum que seja mais forte do que a força coletiva dessa equipe”, indicou Abel Ferreira.
Dos 11 titulares que o Palmeiras levou a campo no jogo com o Flamengo, sete deles foram campeões com Abel Ferreira na primeira Libertadores. As exceções são Dudu, Piquerez, Murilo e Endrick. Piquerez e Murilo foram contratados, enquanto Dudu voltou de empréstimo e Endrick subiu das categorias de base.
Por mais de um ano, o Palmeiras buscou a contratação de um centroavante. O camisa 9 também foi cobrado por torcedores e pelo treinador, que não escondia seu desejo. Para 2022, a diretoria contratou três e nenhum se tornou titular: Rafael Navarro, Flaco López e Miguel Merentiel. Abel preferiu seguir com Rony na posição e, na atual temporada, tem usado Endrick.
Para a vaga de Danilo, o jogador que for contratado deverá ter em mente que a luta pela vaga de titular será intensa. Ainda mais com Gabriel Menino repetindo boas atuações e o retorno gradual de Jailson.
“Nós temos um plano e uma forma de gerir o elenco e não vamos mudá-los em função do resultado. Fico muito feliz porque o Menino trabalha muito. Tive uma conversa com o Zé Rafael e com o Gómez, que são dois jogadores que lhe chateiam muito a cabeça, e disse que precisaria da ajuda deles para orientá-lo. Tecnicamente é muito bom, mas tem de evoluir taticamente. A verdade é que o Menino fez um jogo no nível que ele merece. Só espero que ele mantenha os pés no chão, sem olhar para baixo ou para cima, que olhe nos olhos e continue o caminho dele. Se ele fizer isso, tem um grande futuro à frente. Se ele andar outra vez a ‘passarinhar’ por realidades virtuais, será difícil outra vez”, avaliou Abel.
Abel já deixou claro que quer um jogador pronto e experiente para reforçar o setor. O mesmo acontece com a ponta, posição que o Palmeiras também almeja contratar. A janela de transferências para o futebol brasileiro se encerra somente em 3 de abril e volta a ser reaberta entre 3 de julho e 2 de agosto.
Estadão Conteúdo / Foto: Palmeiras
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