Com o objetivo de facilitar a visita de pessoas com deficiência ou dificuldades de locomoção à Ilha do Mel e tornar a estadia delas mais agradável, o Paraná disponibiliza cadeiras anfíbias que podem ser utilizadas para deslocamento por terra e banhos de mar. Os equipamentos são fornecidos pelo Instituto Água e Terra (IAT) e estão disponíveis aos interessados durante o ano inteiro, mediante reserva.
Há quatro cadeiras disponíveis, sendo duas na Praia de Encantadas e duas em Nova Brasília. As reservas podem ser feitas através do WhatsApp do escritório regional do IAT no Litoral, no número (41) 99554-0313. Segundo o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto, o agendamento é necessário para que as famílias não tenham nenhum tipo de imprevisto durante a viagem.
“Todo o deslocamento na Ilha do Mel é feito por trilhas e as cadeiras anfíbias vieram para permitir que as pessoas com dificuldade de locomoção possam conhecer esse atrativo natural, mas é frustrante pegar o barco, chegar até lá e não ter a cadeira disponível”, explicou.
Os equipamentos foram adquiridos pelo IAT na temporada passada e, neste verão, já foram utilizados por 24 pessoas na Ilha. Os equipamentos estão disponíveis gratuitamente a todos os cidadãos enquadrados pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
Loeide Teodoro foi uma das pessoas que já utilizaram a cadeira. Ela tem ataxia, uma doença que prejudica o equilíbrio e a coordenação motora devido a danos no cérebro, e participa frequentemente de uma iniciativa similar do Governo do Estado em Pontal do Paraná. “Foi muito bom porque eu sempre uso a cadeira todo ano quando eu vou para o balneário de Praia de Leste e aqui na Ilha do Mel foi uma novidade”, contou.
“Eu pude passar pelas trilhas, atravessar um rio e ir à praia. Este ano fomos para Nova Brasília e ano que vem pretendo voltar e visitar Encantadas. Gostei muito do projeto e recomento para outros cadeirantes que queiram visitar a Ilha”, concluiu Loeide.
Para Elizete da Silva, de Matinhos, a cadeira anfíbia cumpriu uma função dupla, ajudando tanto a filha, Samanta, que tem deficiência múltipla, quanto a mãe dela, Ana, de 87 anos. “Da outra vez que nós viemos usamos aquele carrinho de transporte de carga da Ilha e dessa vez conversamos com pessoal que nos avisou sobre o equipamento disponível em Nova Brasília. Pegamos duas cadeiras para fazer o percurso já que a cadeira de rodas normal não é viável de usar na areia e nos ajudou bastante na locomoção”, disse.
ECOLOGIA E TURISMO – A oferta das cadeiras anfíbias na Ilha do Mel faz parte do programa Parques Paraná, que visa a valorização do desenvolvimento do turismo de forma sustentável nas Unidades de Conservação (UC) abertas à visitação pública.
Cerca de 95% da superfície da Ilha do Mel constitui uma Estação Ecológica, criada por decreto em 1982, para preservação e reconstituição de manguezais, restingas, brejos litorâneos e caxetais. Os outros 5% do território formam um Parque criado em 2002 para recuperação dos ambientes naturais remanescentes das praias e costões rochosos, importantes para proteção da Diversidade Biológica.
As áreas de preservação possuem como entorno belíssimas praias e atrativos turísticos, como a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, o Morro do Farol e a Gruta das Encantadas, que, ao longo dos anos, transformaram a Ilha do Mel num dos pontos mais visitados por turistas brasileiros e estrangeiros no Paraná.
CADEIRAS ANFÍBIAS – O Estado tem uma ação similar nas praias neste Verão Maior. A ação é da Secretaria de Desenvolvimento Social e Família, em parceria com a Sanepar e a Secretaria do Esporte. As cadeiras do projeto Praia Acessível estão presentes em seis pontos de acessos distribuídos nos municípios de Matinhos (2 locais), Guaratuba (1 local) e Pontal do Paraná (3 locais).
As cadeiras anfíbias têm rodas especiais que permitem o deslocamento na areia e no mar. Elas possuem cinto de segurança regulável, encosto, assento, apoio cervical para a cabeça e apoio para os pés em tecido emborrachado, removível e lavável. São flutuantes e confeccionadas em material leve, resistente e inoxidável.
Agência Estadual de Notícias / Foto: Denis Ferreira Netto/SEDEST
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