Férias escolares costumam ser sinônimo de brincadeiras e muita diversão para as crianças. Mas, para que isso se torne realidade, os pais e responsáveis precisam ter atenção em dobro com as atividades infantis no período para evitar que os pequenos corram riscos e se machuquem.
O alerta leva em consideração o aumento de 25% dos acidentes nesse período -, dado da Sociedade Brasileira de Pediatria. A instituição também aponta que, por ano, ocorrem cerca de 200 mil acidentes domésticos envolvendo crianças.
“Crianças são curiosas, gostam de se aventurar e, muitas vezes, não têm percepção do perigo. As quedas lideram o ranking de acidentes domésticos, seguidas de queimaduras e são mais frequentes durante as férias escolares Portanto, supervisão, orientação e proteção nunca são demais. Os pais devem avaliar o ambiente e, dependendo da faixa etária, orientar a criança quanto ao perigo”, alerta Maria da Glória Neiva, diretora médica da pediatria do Hospital Vitória, da rede Americas, no Rio de Janeiro.
A orientação da especialista vai ao encontro do que aponta o estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. De acordo com a instituição, as quedas e queimaduras representam a maioria dos casos de acidentes envolvendo as crianças. E os ambientes domésticos que representam maior risco são: cozinha, banheiro, corredor, escada, quarto e sala.
A especialista recomenda que os pais aproveitem as férias para brincar, praticar esportes, conversar e ficar perto dos filhos, pois, segundo ela, na maior parte das vezes, é apenas isso que as crianças querem. Ela também sugere que os pais e/ou responsáveis limitem a exposição ao telefone celular e aos jogos eletrônicos nesses dias.
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A Dra. Maria Fernanda, diretora de Nefrologia e Transplantes da rede Americas, também reforça a importância de manter os pequenos hidratados. ‘O suor é um fator de perda de líquido do organismo, que poderá levar a problemas de saúde. Por isso, a oferta de água e líquidos como sucos e água de coco é essencial’, explica a especialista.
As especialistas relacionaram mais algumas dicas para quem vai permanecer em casa ou viajar durante o recesso das aulas:
Sobre a exposição solar, o cuidado deve ser redobrado, com o uso de um filtro com fator alto e com a reaplicação, após suor e banhos de mar ou piscina.
“Recomenda-se que a aplicação seja feita trinta minutos antes de ir para o sol Mesmo nas brincadeiras fora da água, uma nova camada de protetor se faz necessária e deve ocorrer a cada três horas”, indica Maria da Glória.
A especialista reforça que no caso de bebês, o cuidado deve ser ainda maior: roupas que se apresentam com fator de proteção, mas que sem o filtro solar podem permitir a passagem dos raios solares e causar queimaduras, assim como insolação. Ainda sobre os danos solares, vale relembrar que não é recomendada a exposição entre 10h e 16h da tarde.
Incentive as crianças a se movimentar, conforme as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças, entre cinco e nove anos de idade, está acima do peso ideal. Os dados chamam a atenção e a orientação é que as atividades recreativas sejam ao ar livre, com jogos, danças, corridas e atividades físicas.
“A distração com celular e tablets também vem impactando a prática de exercícios. Um triste retrato da nova infância’, pondera a médica que relembra brincadeiras antigas como pular corda, amarelinha, esconde-esconde, entre outras. ‘Outra recomendação é que se use joelheiras, capacetes e equipamentos de segurança para a prática de ciclismo, patinação e uso de skates”, indica.
Ainda que os dias sejam de pouca rotina e mais diversão, a alimentação não deve ser negligenciada.
“Com a agenda das afinidades, é comum que os alimentos processados ou os famosos fast foods apareçam na programação das férias. No entanto, esse é um hábito que poderá contribuir para a má formação do paladar das crianças. Um mix de frutas, fibras, gorduras boas e proteínas, sempre pode ser levado em uma marmita e ofertado aos pequenos em meio às brincadeiras”, orienta
A prevenção aos acidentes domésticos, nesse período, também é outro aspecto que deve ser alertado. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 200 mil acidentes domésticos envolvendo crianças ocorrem anualmente no Brasil.
Esse número aumenta, em média, 25 % durante as férias escolares. ‘Aqui destacamos as quedas, queimaduras, atropelamentos, afogamentos, intoxicações ou descuidos básicos que são vistos nas emergências’, diz a especialista.
Maria da Glória elenca medidas como a restrição do acesso à cozinha sem supervisão, orientar e supervisionar os banhos, a colocação de redes de proteção em janelas, protetores de tomadas e quinas de móveis. Ela também sugere que os pais conversem com as suas crianças sobre as ações perigosas, além de nunca deixar os pequenos sem um cuidador atento por perto.
Informações do Estadão Conteúdo
Foto: Freepik
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