Canal do cercadinho de Bolsonaro não posta mais vídeos e está à venda

O canal Foco do Brasil, do cercadinho do Palácio da Alvorada, não publicou mais conteúdos desde que Jair Bolsonaro (PL) perdeu a eleição de 2022.

  • O canal Foco do Brasil, do cercadinho do Palácio da Alvorada, não publicou mais conteúdos desde que Jair Bolsonaro (PL) perdeu a eleição de 2022.

    Durante a gestão de Bolsonaro, o Foco do Brasil teve acesso privilegiado ao cercadinho.

    O apresentador Cleiton Basso, que falava diariamente sobre o governo de Jair Bolsonaro no canal, foi demitido. Assim, o Foco do Brasil foi colocado a venda por Anderson Ramos, técnico de informática e proprietário, e é provável que o rumo editorial mude.

    A criação do canal se deu no ano em que Bolsonaro começou a exercer o mandato. Atualmente, há um inquérito de investigação de atos antidemocráticos, instaurado por Alexandre de Moraes em 2020, que tem como um dos alvos o Foco do Brasil. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu a receita do canal durante a eleição.

    O lucro do canal foi de R$1,7 mlhão de 2019 a 2020, de acordo com um relatório da Polícia Federal divulgado pelo O Estado de S. Paulo. O valor vem da função de monetização de vídeos do YouTube.

    O Foco do Brasil, conforme indicado pela Folha em Setembro, pagou um homem para realizar uma pergunta a Jair Bolsonaro no cercadinho. Figurando como apoiador, ele perguntou se Bolsonaro assistiu à entrevista concedida pelo então ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, para o Fantástico.

    Bolsonaro respondeu que não assiste à Globo.

    Cleiton Basso disse para a Folha que a direção do canal tomou a decisão de não publicar conteúdos para evitar ter problemas por conta da decisão do TSE. A verba do canal foi suspensa em outubro por conta de uma ação de coligação de Luiz Inácio Lula da Silva acatada pela corte eleitoral. A suspensão, determinou a corte, foi até o dia 31 do mesmo mês.

    Na ação, foi mencionado que o Brasil Paralelo, a Folha Política e o Foco do Brasil fariam parte de uma cadeia de comunicação que tinha papel na difusão de narrativas falsas ligando o crime organizado e Lula da Silva.

    Basso se ressente da associação entre o próprio nome a atos antidemocráticos. Ele afirmou nunca ter ido a atos antidemocráticos, em referência a protestos de 2020 contra o Congresso e o Supremo.

    O apresentador chegou a prestar depoimento como testemunha nesta ocasião.

    Os vídeos eram gravados no Paraná e editados por uma equipe em São Paulo. Havia um cinegrafista em Brasília, responsável por fazer imagens do cercadinho.

    Há um profissional interessado em comprar o Foco do Brasil, contudo, informações sobre a transação ainda não foram divulgadas. A compra está prestes a ser completada.

    A empresa do profissional tem interesse em reformular o canal.

    O canal fazia parte dos principais meios de informação para os apoiadores de Bolsonaro. A descrição no YouTube diz que o crescimento do canal foi natural e que não houve recebimento de recurso financeiro por parte de políticos nem empresários.

    Com informações da Folha de S. Paulo / Reprodução: Foco do Brasil via Youtube

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