Câmara vota aumento de vereadores em 2º turno após 10 dias úteis

Haverá um intervalo de no mínimo dez dias úteis entre as votações. As propostas devem ser votadas na sessão ordinária seguinte ao período de tempo.

  • Hoje (8), a Câmara de Maringá foi marcada pela aprovação dos Projetos de Lei (PL) que preveem o aumento do número de vereadores de 15 para 23 e, além disso, acrescentam 13º salário e férias remuneradas aos parlamentares.

    O local contou com a presença de manifestantes contrários aos PLs. Os motivos mencionados foram o aumento dos gastos públicos, a prioridade da qualidade sobre quantidade e a descrença na maior representatividade da população.

    De acordo com um estudo realizado pelo Observatório Social, o possível aumento nas despesas da Câmara de Maringá seria de R$7,6 milhões.

    Em 2022, a verba orçada para a Câmara foi de R$28,9 milhões, dos quais R$25,8 milhões foram utilizados. Isto representa uma porcentagem de 89,48%.

    Antes da votação dos Projetos, alguns cidadãos estavam do lado de fora da Câmara — não puderam entrar por conta da lotação de 200 pessoas no local.

    Os Projetos foram aprovados por 14 votos contra 1, o que gerou revolta por parte dos manifestantes. Por consequência, a sessão foi suspensa por 15 minutos.

    Os manifestantes gritaram para o plenário palavras como “revoga”, “fora” e “traidores”. Apesar disso, as manifestações não se limitaram somente à sessão ordinária — na sessão extraordinária, ao ler um versículo da bíblia, o vereador Alex Chaves (MDB) foi chamado de “falso cristão”.

    Em um determinado momento, um dos manifestantes dirigiu gritos ao vereador Sidnei Telles: “Sidnei Telles, vem aqui que eu quero falar com você!”. O cidadão chamou o vereador insistentemente. Em seguida, tentou invadir o plenário e foi contido.

    Ameaças
    Até o momento, sabe-se de duas ameaças que ocorreram dentro da Câmara.

    Sidnei Telles (AVANTE) foi ameaçado de agressão física. A assessoria do vereador confirmou que um boletim de ocorrência será aberto.

    O jornalista Gilmar Ferreira também foi ameaçado no exercício da própria função. Um cidadão disse que buscaria Ferreira onde quer que ele estivesse.

    A ameaça foi reportada pelo Diário de Maringá, que afirmou que o jornalista representará contra quem o ameaçou.

    Devido às ameaças, a Polícia Militar (PM) foi acionada e compareceu à Câmara de Maringá.

    Opinião dos vereadores
    A Professora Ana Lúcia (PDT) disse sentir satisfação por votar favorável pela recomposição do número de vereadores em Maringá, porém, pontuou que a população possui o direito de não aceitar o Projeto de Lei. A violência e a ameaça, enfatizou, são inadmissíveis. Concluiu afirmando que defende as instituições legais e o Estado Democrático de Direito.

    O vereador Mario Verri (PT) pontuou que é legítimo o movimento contrário ao PL; a população sempre será bem-vinda nas sessões, desde que de forma ordeira. A violência e a ameaça, afirmou, não resultam em nada. A invasão ao plenário, disse o vereador, é preocupante.

    Votação em segundo turno
    Ainda não foi definida uma data exata para a votação dos PLs em segundo turno. De acordo com a Câmara de Maringá, haverá um intervalo de no mínimo dez dias úteis entre as votações — neste caso, as propostas devem ser votadas na sessão ordinária seguinte a tal período de tempo.

    Reprodução: TV Câmara Maringá via Youtube

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