O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na quinta-feira (20) que pretende criar o Ministério da Segurança Pública com foco no combate ao tráfico de armas e drogas na região de fronteira. “Nós vamos ter que construir policiais especiais, uma nova polícia nacional que possa dar conta do recado”, disse à imprensa no Rio de Janeiro.
Lula destacou ainda a necessidade de aumentar o controle sobre a venda de armas. “Nós, com o Ministério da Segurança, vamos estabelecer um novo padrão de controle. Não é possível que a gente não tenha nenhum controle das armas que são vendidas nesse país”, acrescentou.
Segundo ele, as medidas que facilitaram o acesso a armas e munições nos últimos anos acabaram beneficiando as organizações criminosas. “O que nós estamos vendo é o narcotráfico se preparando, se modernizando, com autorização do governo, para poder enfrentar não só a polícia, mas a tranquilidade da sociedade brasileira”, enfatizou.
O candidato defendeu ainda mudanças na atual legislação sobre drogas para evitar a criminalização de usuários. “Nós temos que aperfeiçoar as leis de drogas que foram feitas em 2008 e 2009 para que fique claro que usuário precisa de tratamento, de recuperação, de centros de excelência”, disse.
Lula disse que como medida para conter o desemprego pretende retomar obras que ficaram paralisadas após a saída do PT do governo, com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. “Tem quase 13,4 mil obras que ficaram pela metade porque a Dilma foi cassada com um golpe. E essas obras precisam ser retomadas com uma certa urgência. Como essas obras já tinham o projeto, já tinham a licença ambiental, é só a gente começar a tocar essas obras e acertar com os empresários que ganharam a licitação que os trabalhadores têm que ser contratados nas comunidades onde essas obras vão ser feitas”, disse.
Após atender a imprensa na capital carioca, o candidato foi a São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, participar de uma caminhada. Ao final do percurso, sobre um trio elétrico, Lula discursou prometendo retomar as obras do polo petroquímico do Rio de Janeiro e criticou a descontinuidade dos investimentos no setor de petróleo e gás. “Eles não só pararam a construção do polo petroquímico, tinha 85% pronto, faltavam 15%, como privatizaram e passaram a importar. Eram 14 bases de construção do polo petroquímico para que o Brasil fosse a terceira força no mundo”, disse.
Lula também rebateu afirmações de que o Bolsa Família durante os governos do PT era menor do que o valor atual do Auxílio Brasil, que está em R$ 600. Segundo o candidato, a comparação não é possível porque houve interrupção dos reajustes após a saída do PT do governo. “[Se em 2016] tivessem reajustado a inflação no Bolsa Família, o valor seria hoje de R$ 780. Vamos fazer reajuste do Bolsa Família e garantir para cada pessoa R$ 600 para cada um e mais R$ 150 por cada filho de até 6 anos de idade”, prometeu.
O petista continua a campanha nesta sexta-feira (21) com uma caminhada em Teófilo Otoni (MG) e Juiz de Fora (MG).
Matéria atualizada às 17h54 para acrescentar cobertura da agenda de campanha do candidato Luiz Inácio Lula da Silva em São Gonçalo.
Edição: Denise Griesinger
Agência Brasil/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil.
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