As doenças cardíacas ainda são as maiores causadoras de mortes no Brasil e no mundo. Somente no Brasil, ao menos 400 mil mortes por ano acontecem em decorrência de alguma enfermidade cardíaca e cerca de 14 milhões de brasileiros possuem alguma doença no coração, apontam dados do Ministério da Saúde. E outra estimativa, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), aponta que as doenças cardiovasculares causam uma média de 1.100 mortes por dia no Brasil. Por isso, campanhas como o Setembro Vermelho, lançado por entidades como a SBC, visam conscientizar a população sobre os cuidados preventivos para essas doenças.
De acordo com o médico cardiologista Antônio Vitoriano, professor do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), as doenças cardíacas podem ocorrer por falta de cuidados com a saúde, como o sedentarismo, falta de exercícios físicos, má alimentação, hábitos como o fumo e o etilismo; fatores genéticos e também por fatores emocionais, como estresse, ansiedade e depressão.
“O nosso estado emocional, estresse e ansiedade, afeta a saúde cardiovascular porque a gente sabe que a depressão, o transtorno ansioso e o humor deprimido, o embotamento afetivo, aumentam a produção de radicais livres e isso aumenta as reações de oxidação, piorando o condicionamento cardiovascular. A ausência de um abraço ou de uma mão amiga, acelera a doença cardíaca. A depressão, por exemplo, faz com que o paciente piore a sua condição clínica, que fique propenso a infarto e outros males”, informa.
Além disso, o cardiologista alerta que os sinais do aparecimento de possíveis doenças cardíacas podem ser a pressão arterial, glicose, colesterol e triglicerídios descompensados, além de acometimento de acidente vascular encefálico (AVC), que pode ser indicado a partir de sinais clínicos como a fraqueza de um lado do corpo; alteração ou perda da visão; dificuldade na fala; desvio de rima labial (sorriso torto); desequilíbrio e tontura; alterações na sensibilidade; dores de cabeça fortes e persistentes; além de dificuldade para engolir.
“O infarto e o AVC acometem mais as pessoas da terceira idade porque a gente sabe que existe o envelhecimento dos vasos sanguíneos, que é a aterosclerose, e ainda mais tem a ver com a vida que esses pacientes levaram. Caso eles não tenham tido uma vida ativa ou não tiveram um fator preventivo, há chances deles serem acometidos. Outros grupos de risco para doenças cardíacas são os pacientes hipertensos, diabéticos, dislipidemicos, sedentários, tabagistas, etilistas, estressados, quem ingere muito café, quem teve covid-19 e quem tem histórico familiar”, conta.
Também segundo o cardiologista, entre as doenças cardíacas mais comuns estão a hipertensão, diabetes, dislipidemia, hiperuricemia, síndrome metabólica, ocorrência de AVC e infarto. E para evitá-las são recomendados melhores hábitos alimentares, com a suspensão de comidas que contenham muito sódio, diminuição de alimentos industrializados; prática de atividade física; boa qualidade de sono; menos estresse e cessação do hábito de tabagismo e de consumir bebidas alcoólicas.
No caso de atletas, o médico destaca que males súbitos podem ocorrer mesmo que o atleta seja saudável e que, por isso, é recomendável que indivíduos atletas sejam acompanhados mais de perto por cardiologistas. Uma das causas do mal súbito devido à prática esportiva de alto impacto, apontadas pelo médico, se trata da doença genética miocárdio hipertrófico, onde mesmo o indivíduo saudável pode correr riscos de saúde.
E ao se tratar da marcação de consultas, o médico orienta que a avaliação com um cardiologista deve ser buscada por pacientes dos grupos de risco citados, por quem precisar de avaliação pré-operatória, por quem for iniciar atividade física e também por quem tenha queixas como dor no peito, falta de ar e dificuldade para se movimentar.
Conteúdo Estadão/Foto: Pexels
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