Um em cada 5 resultados de site de busca sobre diabetes mostra desinformação

Em alguns casos, as páginas encontradas no Google trazem indicações de terapias não comprovadas para o tratamento e até recomendação para uso de remédios caseiros.

  • A busca por informações sobre diabetes pode gerar dúvidas e atrapalhar a busca por tratamento. De acordo com levantamento feito pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), um em cada 5 resultados de buscas sobre a doença no Google apresenta informações imprecisas sobre a doença. Em alguns casos, há indicações de terapias não comprovadas para o tratamento e indicação de remédios caseiros.

    Segundo a IDF, de 30 resultados de pesquisa, seis links direcionaram os internautas para informações não verificadas. Em um caso, para o termo de pesquisa ‘diabetes’, os usuários viram um anúncio de uma organização que defende ‘desmamar as pessoas que vivem com a doença da insulina’. A Federação informa que para pacientes de diabetes do tipo 1, a interrupção de insulina é uma sentença de morte, por exemplo.

    Por conta dessa realidade, a entidade vai usar a campanha de novembro – mês dedicado à conscientização sobre o diabetes – para chamar a atenção da população mundial sobre o problema. A campanha vai abordar o tema ‘Education to Protect Tomorrow’ (‘Educação para Proteger o Amanhã’, em tradução livre) e terá atividades que destacarão a necessidade de melhorar o acesso à educação confiável sobre diabetes para pessoas que vivem com a doença e profissionais de saúde.

    A biomédica Rivanha Soares Pinto Saraiva explica que o diagnóstico de diabetes mellitus, como também é chamada a doença, quando não tratada, traz várias complicações ao paciente, resultando em outras doenças secundárias. ‘A patologia de forma descompensada ou não tratada, gera ao paciente sua forma mais grave e progressiva, caracterizada por outras doenças muitas das vezes irreversíveis, tais como: retinopatia, neuropatia, acidente vascular cerebral, cardiopatias, nefropatia, doença vascular periférica evoluindo para amputação’, alerta.

    A profissional ressalta que o apoio da família no diagnóstico é primordial, pois o suporte afetivo na rede de cuidados paliativos auxilia no progresso da aceitação durante o tratamento com insulinoterapia. ‘Esse processo é feito de forma clara e confortável para todo os envolvidos, podendo ser com acompanhamento psicológico e assistência multiprofissional. O convívio com a patologia reaviva a importância do controle neurológico, exerce uma dependência emocional por não aceitação e isso influencia diretamente em um adoecimento familiar e social’, acrescenta ela.

    A biomédica explica também que esse acompanhamento e cuidado da família é ainda mais importante em pacientes diagnosticados ainda na infância. Em geral, segundo ela, a diabetes em crianças costuma ser a de Tipo 1, de origem genética, ao contrário do Tipo 2, que pode ser adquirida na vida adulta por conta de fatores ambientais e comportamentais.

    ‘O Tipo 1 é o que mais acomete crianças e que deveriam ser diagnosticados na primeira infância. A primeira infância é a fase mais importante para os pais, pois é nessa etapa que a responsabilidade social se inicia com a formação do caráter comportamental mediante a cultura social. O autocuidado familiar de forma geral é o manejo vital no processo saúde-doença e deve influenciar positivamente todo o tratamento do paciente’, ressalta ela.

    Estadão Conteúdo / Foto: Steve Buissinne por Pixabay 

    Comentários estão fechados.