7 de Setembro: historiador explica fatores que refletem até hoje em nossa sociedade

No Papo de Especialista de 7 de Setembro, o professor e historiador Saulo Justiliano explica alguns fatores sobre a independência brasileira.

  • O Maringá Post traz um Papo de Especialista temático e significativo para esta quarta-feira (07). O convidado de hoje é o professor, mestre e doutor em História, Saulo Justiniano. Ele é coordenador do curso de História da UniCV e professor do Colégio da Polícia Militar do Paraná.

    Neste 7 de setembro, o Brasil comemora 200 anos de independência. Nosso país possuí a 3ª maior economia da América e a primeira economia da América Latina. Professor Justiliano explica que sim, a celebração dos 200 anos da independência deve ser muito comemorada, entretanto devemos, como nação, compreender alguns fatores.

    “O Brasil foi o único país da America do Sul que ao se tornar independente não se tornou uma república” disse, e ainda de acordo com ele, os movimentos de grande repercussão na história brasileira, inclusive a luta pela independência, não tiveram uma efetiva participação popular, foram liderados por elites.

    “A independência do Brasil foi proclamada pelo filho do rei de Portugal, que prometeu que ficaria aqui, e no fim não ficou e foi embora de volta”, explica.

    A independência é proclamada no ano de 1822, mas não foi em 1822 que ela foi reconhecida no mundo todo. A independência brasileira só foi reconhecida pelos portugueses em 1825, após o Brasil pagar dois milhões de libras esterlinas, que foram emprestadas da Inglaterra, para Portugal. Com isso, o Brasil iniciou uma dívida externa com os ingleses.

    “A nossa independência representou a dependência da Inglaterra, a dependência do mercado estadunidense no início do século 20”, disse o professor ao exemplificar que a independência do Brasil não desencadeou um desenvolvimento industrial, além que de a escravidão ainda foi mantida naquela época.

    O professor diz que um país que trabalha apenas com o desenvolvimento agrário, e não tem um desenvolvimento industrial eficiente, por exemplo, geralmente apresenta um déficit de mão de obra especializada. Ele pontua que isso não é um ponto negativo, no entanto, é necessário pensar nas demais áreas também.

    Em termos de independência financeira, o Brasil tem um longo caminho a percorrer, segundo o professor Justiliano.

    Professor Saulo ressalta ainda que, principalmente em termos políticos, há algum tempo o país passa por uma divisão que atrapalha o desenvolvimento do próprio Brasil, segundo ele, o primeiro ponto para que no futuro a nação viva, de fato, a independência, é necessário que os brasileiros se tornem mais pacíficos, assim como os governantes.

    “Enquanto o Brasil tiver interesses particulares acima dos interesses públicos, dificilmente nós teremos um crescimento desejável, em termos de cidadania e economia”, conclui.

    Imagem: Agência Brasil

    Comentários estão fechados.