No dia 7 de setembro de 2022, o rádio vai celebrar seus 100 anos de inauguração no Brasil. Desde o seu nascimento, esse veículo de comunicação foi um símbolo de esperança e alegria para muitas pessoas.
Muita coisa mudou, mas o que não muda é que o rádio segue persistindo e se adaptando com as mudanças temporais.
Para entender melhor essas mudanças, vamos conhecer algumas figuras importantes para o rádio maringaense.
Edson Valério começou sua carreira no rádio em 1978, com 15 anos de idade.
Ele lembra de ser bem jovem e imitar os locutores quando assistia televisão. No começo, a decisão de trabalhar no rádio foi impulsionada por um desejo de fazer algo “diferente” do que era esperado dele. Mas não demorou muito tempo até que o fascínio pelo rádio tomasse conta dele.
“Rádio é paixão”, explica Edson. “A maioria dos profissionais do rádio diriam: ‘se eu tivesse dinheiro, pagaria para trabalhar'”.
Em 1988, ele passou em outro teste para a rádio e veio para Maringá, onde se apaixonou pela cidade. Hoje, ele trabalha na 93.3 FM, na Rádio Nova Ingá. Seja aulas de oratória ou cursos de locução, tudo o que remete ao rádio, ele faz questão de ir atrás e aprender, para se aprimorar cada vez mais.
Marcelo Henrique Galdioli começou sua carreira no rádio em 1984, com 17 anos de idade.
Desde criança, ele já gostava de imitar os locutores da rádio, principalmente na área esportiva. Apesar de sempre gostar de comunicação, ele era também muito tímido, então não pensava na possibilidade na época. No entanto, ele conseguiu uma oportunidade em um rádio em Porecatu, sua cidade natal.
Após começar a trabalhar em um banco, ele foi transferido para Maringá, mas nunca deixou de trabalhar na rádio. Passou por várias emissoras desde então, inclusive a CBN, onde foi um lugar de muito aprendizado.
Hoje, ele está há 25 anos na rádio da UEM, onde faz um trabalho educativo, oferecendo ensino, pesquisa, arte e cultura para os ouvintes.
“Comecei no rádio minha carreira profissional e vou terminar no rádio – isso, se um dia, eu parar.”, conclui Marcelo.
Antes de começar no rádio, Andreia Silva já tinha começado sua jornada na comunicação, sendo apresentadora de TV na Rede Massa. Depois de sete anos na televisão, ela decidiu que precisava expandir seus horizontes e começou a trabalhar no rádio em 2020.
Ela acredita muito nesta transformação da tecnologia, em que todos os meios de comunicação podem convergir entre si. Portanto, ela também achou importante estar presente em diversas mídias.
“Fico muito honrada em poder falar no rádio de manhã, na televisão à tarde, e na internet a qualquer hora”, declara Andreia.
Diferenciais do rádio
Algumas qualidades que se distinguem no rádio são o seu imediatismo, a interatividade e a forma livre que ele se manifesta.
E o que o rádio significa para os profissionais da área?
Para Edson, o rádio proporciona prazer – tem a ver com fazer o que se gosta. “Não é pela fama, os profissionais do rádio fazem porque realmente amam”, explica.
“O rádio não se faz sozinho”, expressa Andreia. “Ele traz o ouvinte para mais perto e age como uma companhia”.
“O rádio está em todos os lugares – é só ligar e o mundo acontece.”, é o que Marcelo afirma.
O que mudou com o tempo?
100 anos se passaram desde a primeira transmissão do rádio no Brasil, mas ele começou a se destacar a partir das décadas de 1960 e 1970. Hoje, com o avanço da tecnologia, as mudanças do rádio foram imensas.
Com a chegada da televisão, muitas pessoas acreditavam que o rádio ia desaparecer – e não foi o que aconteceu. Com a chegada da internet, disseram a mesma coisa – novamente, não aconteceu. Muito pelo contrário, essa tecnologia apenas serviu para potencializar o rádio e deixá-lo ainda mais moderno.
Atualmente tudo é online e digital, com notícias chegando em tempo real e entrevistados que podem estar em qualquer lugar do mundo em qualquer hora. Os ouvintes também passaram a interagir mais, proporcionando uma interação ainda maior.
Mas, afinal, o rádio está ultrapassado?
Com tantas avanços na tecnologia, existem pessoas que enxergam o rádio como um veículo de comunicação antigo e até obsoleto. Será que isso é verdade?
Um estudo da Kantar IBOPE Media, publicado em 2021, indica que o consumo do rádio tem crescido muito no Brasil, chegando a 80% dos brasileiros.
Por causa da sua agilidade, instantaneidade e larga abrangência, o rádio ainda é capaz de oferecer conhecimento, informação e cultura para muita gente. Andreia acredita que o rádio é fundamental na vida de cada cidadão para ficar bem informado.
E não é só com a ajuda da internet que o rádio se mantém vivo – ele é capaz de permanecer de pé por conta própria: “O rádio está nos lugares mais longínquos do Brasil, mesmo aonde não tem tecnologia. O rádio não está ultrapassado. Continua fazendo companhia e continua informando milhares de pessoas em todo o mundo.”, explica Edson.
O rádio superou a chegada da TV e ganhou ainda mais destaque com a chegada da internet e deve continuar persistindo. “O rádio está há 100 anos com a gente e vai continuar por mais 100 – pelo menos.”, finaliza Marcelo.
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