A CBF anunciou nesta terça-feira (16) que concretizou o acordo com a AFA (Associação de Futebol Argentino) e a Fifa para cancelar a retomada do duelo entre Brasil e Argentina, interrompido em setembro do ano passado, na Neo Química Arena.
A partida era válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo e foi suspensa após técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária impedirem a continuidade do evento em razão de infrações ao protocolo de segurança da covid-19 cometidas por jogadores argentinos.
“Pela presente, a CBF informa que, no âmbito do processo disciplinar referente aos incidentes ocorridos na partida Brasil-Argentina em 5 de setembro de 2021, AFA, CBF e FIFA resolveram o litígio perante a Corte Arbitral do Esporte (CAS). A CBF e a AFA assumiram suas respectivas responsabilidades pelos eventos que levaram ao abandono da Partida, conforme constatado pelos Órgãos Judiciais da FIFA, e que devem sofrer a sanção pertinente”, informou a entidade.
Apesar do acordo com as duas outras organizações envolvidas, a CBF terá de pagar uma multa de 300 mil francos suíços (cerca de R$ 1,6 milhão), e metade do valor será direcionado à Organização Mundial de Saúde (OMS). A AFA, por sua vez, pagará metade do valor, pouco mais de R$ 800 mil.
Com a anulação do clássico sul-americano, a seleção brasileira usará o espaço no calendário para marcar um jogo amistoso. O Brasil tem dois jogos a serem disputados na Data Fifa de setembro, possivelmente nos dias 22 e 27. Apesar de especulações envolvendo seleções como Tunísia e Argélia, os adversários ainda não foram confirmados, mas os amistosos devem ser realizados em solo europeu.
“CLÁSSICO DA NAVISA”
A partida entre a seleção brasileira e a argentina, marcada para 5 de setembro de 2021, ficou conhecida com o “Clássico da Anvisa” por causa da interrupção provocada pela agência ainda aos cinco minutos de jogo. A paralisação se deu porque Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero descumpriram os protocolos de saúde quando entraram no Brasil.
O confronto não foi retomado ao longo das Eliminatórias e não afetou a classificação final, que contou justamente com Brasil e Argentina na primeira e segunda colocações, respectivamente. Somente em abril deste ano a Fifa determinou que a partida deveria ser disputada, o que gerou contrariedade por parte dos argentinos. O jogo estava reagendado para o dia 22 de setembro.
A CBF até pretendia realizar o jogo na Europa, mas mudou de ideia diante do pedido da comissão técnica da seleção brasileira, encabeçada por Tite, com apoio do coordenador de seleções, Juninho Paulista. Em documento enviado ao presidente, a comissão técnica disse que a partida poderia “ser prejudicial à preparação da seleção para a Copa do Mundo”, alegando risco de lesão, suspensões e até eventual boicote por parte da seleção argentina, que poderia mandar a campo uma equipe reserva.
*Estadão Conteúdo/Foto: Reprodução/TV Globo
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