Por Ítalo Lo Re
São Paulo, 20 (AE) – O porcentual de testes positivos para covid-19 subiu de 8,5% para 23,6% em um mês no País, aponta levantamento feito pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS). No fim de março, o índice de positividade havia caído para 3,6%, indicando uma possível melhora da pandemia.
Conforme a análise, agora os indicadores estão em alta em todas as faixas etárias e nos seis Estados analisados pelos pesquisadores. Já a taxa de testes positivos para vírus sincicial respiratório (VSR), que pode acarretar em quadros graves em crianças e idosos, se mantém acima de 17%.
Em Maringá, a quantidade de testes feitos e os casos positivos seguem a tendência nacional, conforme levantamento feito pela reportagem do Maringá Post. Algumas cidades, como Londrina, por exemplo, já recomendam a volta das máscaras, cuidados higiênicos e distanciamento.
O levantamento do ITpS, entidade sem fins lucrativos que visa a auxiliar no enfrentamento a emergências sanitárias, analisou 221,6 mil testes moleculares (RT-PCR e Flowchip) realizados de 1º de fevereiro a 14 de maio pelos laboratórios privados Dasa, DB Molecular e HLAGyn: 95% deles foram coletados nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país.
O porcentual de positividade no País, que havia caído para 3,6% no fim de março e subido para 8,5% há um mês (na semana até 16 de abril), passou a ser de 23,6% na semana que se encerrou no 14 de maio. O cenário pode indicar um possível aumento de casos no País, o que tem feito algumas cidades recomendarem o uso de máscara de proteção. Nesta quinta-feira, 19, foram registrados 10 mil novos casos de covid no País.
Em duas semanas (30 de abril a 14 de maio), a positividade de testes para SARS-CoV-2 subiu nos seis Estados analisados pelo ITpS: São Paulo (de 14% para 24%), Rio de Janeiro (de 11% para 23%), Minas Gerais (de 8% para 23%), Mato Grosso (de 6% para 19%), Goiás (de 3% para 19%) e Distrito Federal (de 3% para 11%)
Em relação à positividade por faixa etária, também houve aumento generalizado no período, com destaque para as pessoas de 10 a 19 anos (de 13% para 25%), de 50 a 59 (17% para 31%) e 70 a 79 (de 13% para 29%).
Os testes moleculares feitos pelos laboratórios identificam, além de SARS-CoV-2, o vírus sincicial respiratório (VSR) e os vírus influenza A e B. Na semana de 7 a 14 de maio, dos testes positivos, 95,9% apontaram SARS-CoV-2, 3,7% VSR e 0,4% influenza
A taxa de positividade do VSR se mantém acima de 17%. Esse vírus causa resfriados comuns em todas as faixas etárias e pode gerar infecções graves em crianças e idosos. Na semana de 7 a 14 de maio, 41,6% de todos os casos positivos de VSR foram detectados entre crianças de 0 a 9 anos, principal faixa etária afetada pelo vírus.
Outono e inverno são consideradas as épocas mais propícias para a proliferação do vírus sincicial respiratório. Por serem estações mais frias e secas, é mais comum observar o aumento de crianças internadas com bronquiolite e pneumonia nesses períodos Em material publicado nesta semana, o Estadão reuniu dicas para reduzir os riscos de crianças se contaminarem pelo vírus.
Estadão Conteúdo / Foto: Agência Brasil
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