Investigadores do Nucria (Núcleo de Proteção a Criança e Adolescente) prenderam na tarde desta quinta-feira, 12, a secretária da igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus. Os três líderes religiosos foram presos no fim do mês passado, durante uma operação da Polícia Civil para coibir a prática de aliciamento de crianças e adolescentes com intuito de submetê-las ao trabalho escravo.
A ação de ontem contou com o apoio da 9ª Subdivisão Policial (SDP) de Maringá. Segundo a polícia, a secretaria da igreja era responsável por coordenar e fiscalizar a venda de pizzas por menores de idade em Maringá e região. Ela vai responder pelos crimes de associação criminosa e tráfico de pessoas com a finalidade de submeter a condições análogas à de trabalho escravo.
O caso
Os líderes da igreja são pai, mãe e filho. “Eles utilizavam essas crianças para a venda de pizzas afirmando que a ação seria uma obra divina e que o dinheiro seria doado para crianças com câncer”, explicou a delegada do Nucria (Núcleo de Proteção a Criança e Adolescente) Karen Friedrich responsável pelas investigações e pela operação de sexta.
Segundo a polícia, após o aliciamento, os menores eram submetidos ao trabalho forçado, em jornada excessiva. Os suspeitos ainda obrigavam as crianças a prestar contas relacionadas às vendas, por meio de ameaças e agressões físicas e verbais.
Uma das vítimas, de 13 anos, foi subtraída dos pais para trabalhar como empregada doméstica na casa da família de pastores. Os pais que tentavam contestar os métodos do grupo – de acordo com as investigações – também eram agredidos e ameaçados. A operação apreendeu dinheiro, cheques, documentos, uma pistola, entre outros.
Na igreja onde foram cumpridos os mandados no fim de julho, a Vigilância flagrou grande quantidade de produtos usados na confecção de pizzas armazenadas de forma irregular, fora da temperatura de acondicionamento ideal, sem data de validade e sem procedência.
“Alimentos nessa situação colocam em risco a saúde de quem consome. Não havia condições de higiene adequadas no local”, explica a fiscal da Vigilância Sanitária, Samantha Cristina Bego. Todos os produtos foram apreendidos e serão descartados. A igreja receberá um auto de infração.
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