Adoção cripto deve crescer: 95% dos entrevistados pretendem aumentar seus investimentos em cripto

Pesquisa aponta crescimento contínuo da adoção de criptomoedas na América Latina, com destaque para o Brasil, impulsionado pela busca por inovação, proteção contra inflação e oportunidades de diversificação de portfólio.

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    A adoção de criptomoedas na América Latina não para de crescer. Sinal disso é que 95% dos investidores da região planejam aumentar suas posições em criptoativos nos próximos meses ou até o fim de 2025. Essa informação vem de uma pesquisa conduzida pela Binance, em parceria com a Sentiment, que entrevistou mais de 10 mil usuários em países como Brasil, Argentina, Colômbia e México.

    No caso do Brasil, em particular, esse otimismo também se reflete em estatísticas internas, impulsionadas por fatores como popularização dos pagamentos digitais, maior facilidade de acesso a plataformas de investimento e aumento da oferta de criptomoedas. De acordo com o relatório, a alta na adoção está relacionada, sobretudo, a uma percepção de que o preço de boa parte das criptomoedas pode subir no curto prazo.

    Um otimismo potencializado pelo histórico de ciclos de valorização do Bitcoin e de outras criptos. O levantamento também identificou uma forte tendência de diversificação de portfólio. Muitos entrevistados desejam adquirir mais de um tipo de ativo digital, espalhando o risco e buscando oportunidades de ganho em diferentes blockchains e projetos.

    Além disso, a pesquisa mostra que a maior parte desses investidores já utiliza criptomoedas há mais de um ano e que as principais motivações de entrada no mercado são a busca por altos rendimentos, liberdade financeira, proteção do dinheiro contra inflação e inovação. As moedas digitais podem ser uma boa ferramenta de inclusão financeiras.

    O mercado oferece muitas opções de criptomoedas baratas, o que abre a porta para pequenos investidores. A América Latina, segundo dados da Triple-A citados pelo estudo, conta hoje com cerca de 55 milhões de usuários de criptomoedas, sendo a terceira região do mundo em número de adotantes, aproximadamente 10% do total global.

    Outro ponto é o crescimento na adoção institucional. Essa procura não vem apenas de pessoas físicas, mas também de fundos de investimento, empresas e outras entidades que começam a ver nas criptomoedas uma forma de inovar e se precaver diante de cenários econômicos incertos.

    Essa adoção institucional tende a aumentar conforme se fortalecem regulações claras nos principais mercados latino-americanos. Conforme informações divulgadas pela Receita Federal, houve um enorme crescimento no número de pessoas que declaram possuir criptomoedas, reflexo do aumento na procura por esses ativos como reserva de valor e instrumento de negociação.

    Um mercado promisso no Brasil e na América Latina

    O Brasil, segundo o Banco Central, vem avançando em inovações como o Real Digital e ampliando discussões sobre regulação no Congresso Nacional, o que pode ajudar a dar maior segurança jurídica e previsibilidade ao setor de criptoativos. Alguns projetos nativos de blockchain ou voltados para finanças descentralizadas (DeFi) têm apostado em trazer soluções específicas para problemas financeiros recorrentes na região.

    O que inclui a falta de acesso a crédito e burocracia excessiva. No estado do Paraná, por exemplo, já é possível encontrar iniciativas relacionadas a blockchain em setores como logística e agronegócio. Especialistas acreditam que a versatilidade desses ativos digitais e a possibilidade de negociar cripto internacionalmente sem as amarras de fronteiras são fatores que explicam o rápido avanço e o interesse dos investidores locais.

    O levantamento da Binance também apontou que 40,1% dos entrevistados na América Latina pretendem adquirir criptomoedas nos próximos três meses, enquanto 15,3% consideram esse prazo de seis meses e 39,7% planejam fazê-lo em até um ano. Apenas 4,9% declararam que não têm planos de expandir seus ativos digitais.

    Em nações com inflação alta as pessoas frequentemente buscam uma forma de proteger o poder de compra, e as criptomoedas, com sua natureza descentralizada, são uma alternativa interessante. Há também o aspecto de remessas internacionais, já que muitos trabalhadores que recebem dinheiro do exterior aproveitam as taxas reduzidas e a velocidade das transações em blockchains.

    Ainda segundo dados do estudo da Binance, a proteção do dinheiro (13,6%) e a diversificação de portfólio (10,8%) são fatores para quem busca criptomoedas, especialmente em um momento de volatilidade nos mercados tradicionais. Além disso, a inovação (12,3%) e questões de segurança e privacidade (10,7%) também foram citadas pelos participantes.

    Além do mercado interno de cada nação, a estabilidade do ecossistema depende muito da formulação de leis que protejam o consumidor e evitem fraudes ou golpes, sem bloquear o potencial de inovação desses ativos. Conforme ressaltado por Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina, as discussões regulatórias são um caminho para dar solidez à expansão das criptomoedas na região.

    O Banco Central do Brasil, aliás, tem acompanhado de perto essa movimentação, lançando projetos-piloto e fomentando discussões sobre o uso de tecnologia blockchain no sistema financeiro nacional. Iniciativas como o Real Digital podem criar um ambiente regulatório mais definido, gerando confiança entre desenvolvedores, empreendedores e investidores internacionais interessados em estabelecer operações em solo brasileiro.

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