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“Fica quieto, chega de perguntas, menino(a)!”. Essa frase soa familiar? Muitos de nós crescemos ouvindo isso como se perguntar fosse um incômodo. No meu caso, nunca dei muita bola para esse conselho. Além de ser curiosa por natureza, escolhi uma profissão que não me permite ficar sem fazer perguntas. No jornalismo, aprendi que quem faz as melhores perguntas descobre e escreve as melhores histórias e consegue os grandes “furos” jornalísticos.
Agora pense nas entrevistas mais marcantes que você já viu na TV ou nos seus podcasts favoritos. O que torna essas conversas tão envolventes? Normalmente, é o entrevistador que sabe perguntar melhor. Ele não apenas ouve respostas, mas conduz um diálogo de forma estratégica, perguntando, muitas vezes, o que ninguém mais perguntou.
E você, quanto tem perguntado ultimamente? Tem sido estratégico em suas perguntas?
As perguntas devem ser para todos: seus filhos, seu cônjuge, seus clientes, seus seguidores. Já passou da hora de dar menos palco apenas para o eu e mais espaço para o outro. Se você está apenas falando demais ou, ao contrário, calado demais, rolando a tela do celular sem demonstrar interesse pelas histórias ao seu redor, talvez sua comunicação não seja tão boa quanto imagina. E pior: talvez você esteja perdendo oportunidades de aprendizado e crescimento.
A ciência comprova: um estudo da Harvard Business School mostra que perguntas bem feitas ampliam nosso conhecimento e criam conexões mais interessantese. Já Els Dragt e Jeroen Timmer, no livro Ouse Perguntar: A Arte de Questionar (2021), defendem o questionstorming— em vez de buscar respostas rápidas, exercite-se em fazer mais e melhores perguntas.
Como fazer as melhores perguntas?
Aqui vai um desafio: imagine que, agora mesmo, você tem um especialista em Inteligência Artificial à sua frente. O que você perguntaria? Liste 10 perguntas. Mas vá além do básico. Faça perguntas que abram portas, que provoquem reflexões, que levem a novas possibilidades.
Agora pense nisso em uma escala maior. O que aconteceria se você passasse a se questionar mais sobre qualquer assunto, até mesmo sobre aqueles que acreditam dominar? Perguntar não é sinal de desconhecimento, mas de inquietação e evolução.
Hoje temos o ChatGPT, onde podemos perguntar o quanto quisermos. Mas quem consegue as melhores respostas? Aquele que dá os melhores comandos, que faz as perguntas certas, da forma certa. A tecnologia nos responde, mas somos nós que conduzimos o caminho.
Prefira a ignorância
E se, em vez de se preocupar em parecer alguém que sabe tudo, você assumisse sua curiosidade de forma inteligente? Quem busca apenas respostas rápidas corre o risco de estagnar. Mas quem cultiva boas perguntas nunca para crescer.
Como dizia Sócrates, o grande filósofo das perguntas:
“A única coisa que sei é que nada sei.”
Afinal, perguntar não é um sinal de ignorância. Ignorância mesmo é não perguntar.
Com carinho, Dani Mendes
Mentora de Comunicação Profissional e para Negócios
Jornalista, Escritora e Palestrante
Instagram e Linkedin: @danimendesmentora
Youtube: @ousecomunicardanimendes
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