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Por Fernando Wolff, CEO e Sócio-fundador da Tech4Humans
Nas últimas décadas, a Inteligência Artificial vem sendo cada vez mais adotada no dia a dia das empresas. De pequenas a gigantes da tecnologia, a IA tem sido vista como promissora na automação de processos, aumento de eficiência, melhora na experiência do cliente com atendimento mais personalizado e até mesmo na inovação de modelos de negócios.
Apesar dos diversos benefícios oferecidos pela IA, as empresas devem ter o senso crítico e se questionar: estamos mesmo utilizando a ferramenta de maneira estratégica e sustentável ou apenas seguimos uma tendência passageira?
Inegavelmente a IA é uma ferramenta poderosa, porém, não é uma solução mágica que irá resolver todos os problemas empresariais. Ela facilita o caminho das pedras, mas deve ser usada com uma estratégia bem definida, não apenas pelo fato de que “todos estão fazendo isso” pois, do contrário, essa implementação pode gerar frustração e desconfiança das equipes envolvidas.
Além disso, é preciso haver uma mudança de cultura e mentalidade nas organizações, com foco em aperfeiçoamento constante dos profissionais para adesão de novas tecnologias, principalmente das empresas que não nasceram no digital.
Para que a IA seja de fato efetiva, deve ser feito um estudo de como ela pode resolver um problema específico da empresa e como pode criar oportunidades de crescimento, sendo incorporada a um contexto de negócios que permita explorar o seu potencial de maneira focada e como uma aliada aos humanos, e não substituta.
A IA, por exemplo, pode otimizar tarefas repetitivas e monótonas, permitindo que os colaboradores das empresas tenham foco em atividades mais estratégicas, criativas e de maior valor agregado. Quando bem utilizada, a tecnologia fortalece as equipes, capacita os trabalhadores e abre o caminho para um ambiente mais inovador e moderno.
Um outro ponto importante é a questão ética e boa governança. Por ser uma tecnologia que está em constante transformação, as empresas devem investir em monitoramento de possíveis falhas, cuidar da gestão de dados pessoais, fazer adequações à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e serem transparentes com o público. Se as organizações não se prevenirem, a tendência é perderem em vantagem competitiva e credibilidade no mercado.
A meu ver, a IA é um caminho sem volta para as empresas. Mas, é importante que ela seja implementada com estratégia e acompanhamento com constante avaliação e adaptação, para não gerar frustrações.
Uma vez iniciada, a tecnologia pode ficar rapidamente obsoleta e o que era inovador em um ano, pode não ser em outro. Isso requer que elas sejam flexíveis, investindo não apenas na adoção inicial, como também no monitoramento de desempenho e na atualização dos modelos para que continuem relevantes e eficazes.
É preciso, portanto, haver um propósito claro com os devidos cuidados, porque a transformação não vem do uso da ferramenta em si, mas sim como ela é utilizada e integrada de maneira ética e transparente para enfrentamento dos desafios em um mundo de constante mudança.
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