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A digitalização vem transformando as operações das empresas ao redor do mundo, integrando a sustentabilidade econômica, social e ambiental. De acordo com um estudo do Fórum Econômico Mundial, tecnologias como inteligência artificial (IA), manufatura aditiva, blockchain, Big Data e Internet das Coisas (IoT) estão redesenhando as cadeias de suprimentos globais, promovendo transparência e eficiência de ponta a ponta. Essas inovações possibilitam a redução de estoques, desperdícios e pegada ambiental, ao mesmo tempo em que economizam tempo e reduzem custos.
No entanto, a adoção plena dessas tecnologias ainda enfrenta desafios, especialmente em países menos desenvolvidos (LDCs), onde dois terços da população permanecem offline. O estudo revela que a inclusão dessas populações é essencial para evitar a concentração de benefícios nas mãos de poucos, o que reforça a necessidade de uma transformação digital mais inclusiva. Pequenas iniciativas de digitalização nesses países já demonstram resultados promissores. A digitalização dos processos de comércio fronteiriço, como a transição para um sistema sem papel, reduziu significativamente a emissão de carbono. Na região da Ásia e do Pacífico, a Comissão Econômica e Social das Nações Unidas (ESCAP) estima que essas mudanças poderiam economizar até 13 milhões de toneladas de CO2, além de acelerar processos de negócios.
Casos concretos desse impacto incluem o projeto de Janela Única Eletrônica em Vanuatu, que diminuiu o tempo de emissão de certificados de biossegurança de seis dias para apenas 10 minutos, e uma iniciativa similar em Timor-Leste, que reduziu em 90% as viagens físicas entre agências governamentais. Além de melhorar o comércio, essas mudanças diminuíram significativamente as emissões de carbono, provando que a digitalização pode ser uma aliada poderosa para a sustentabilidade.
Cenário brasileiro
No Brasil, a transformação digital ainda caminha a passos lentos. Entre 2023 e 2024, o índice que mede a maturidade digital das empresas brasileiras, chamado ITDBr, subiu de 3,3 para 3,7, numa escala de 1 a 6, segundo uma pesquisa realizada pela PwC e a Fundação Dom Cabral (FDC). Embora tenha havido um avanço, ele é considerado modesto em comparação com o potencial que o país tem. Um dos fatores que limitam o progresso é o aumento dos custos de capital, que fez com que 45,1% das organizações adotassem uma postura mais cautelosa em relação aos investimentos digitais.
Apenas 13,9% das empresas brasileiras veem a transformação digital como uma prioridade estratégica de longo prazo, o que revela uma falta de compromisso com mudanças profundas e duradouras. Essa postura contrasta com o que se espera do avanço da digitalização no país: ganhos em eficiência e, por consequência, aumento da produtividade e competitividade.
De fato, o Brasil caiu duas posições no ranking de competitividade global em 2024, ocupando a 62ª posição entre 67 países, de acordo com o estudo do International Institute for Management Development (IMD) em parceria com a FDC. A piora nos indicadores de eficiência governamental e infraestrutura contribuiu para esse recuo. No entanto, houve melhorias em áreas como governança e estratégia digital, sugerindo que as empresas brasileiras estão começando a perceber a importância de um planejamento estratégico mais robusto para enfrentar os desafios da transformação digital.
Desafios culturais e oportunidades
No Brasil, a transformação digital vai além da implementação de novas tecnologias. De acordo com um estudo da Data-Makers, realizado com 104 CEOs e C-Levels, cerca de 77% das empresas ainda não possuem uma cultura voltada para a transformação digital, e 62% das lideranças admitem não estarem preparadas para enfrentar os desafios desse novo cenário.
Embora as tecnologias mais adotadas, como IA (69%), big data (54%) e machine learning (39%), estejam ganhando espaço, a falta de uma mudança cultural limita o potencial dessas inovações.
Considerando isso, o uso da IA deve ser encarado como uma ferramenta estratégica para alcançar metas organizacionais, e não como o objetivo final. A integração dessas tecnologias precisa estar alinhada com a cultura da empresa, garantindo que as equipes reconheçam o papel essencial das pessoas nas decisões, mesmo em um ambiente cada vez mais automatizado. A transformação digital nas empresas se fortalece pela capacidade de utilizar essas ferramentas para aumentar a eficiência e os resultados financeiros. No entanto, investir em IA sem levar em conta os aspectos culturais pode resultar em um uso ineficiente de recursos.
Parceria estratégica
O Senai Paraná oferece soluções inovadoras para acelerar a transformação digital das indústrias, promovendo maior eficiência e competitividade no mercado. Exemplo disso é a área de Produtividade do Senai que conta com diversas soluções inovadoras para impulsionar a eficiência e potencializar a competitividade das indústrias através da integração de tecnologias digitais, como simulação computacional avançada para prever e otimizar processos de produção, integração de sensores e dispositivos conectados para coleta de dados de máquina em tempo que auxiliam na tomada de decisões da indústria, diagnósticos de maturidade digital, plano estratégico para implementação de ações para indústria 4.0. Além disso, o Senai Paraná oferece programas de capacitação e consultoria especializada, garantindo que as indústrias estejam preparadas para enfrentar os desafios da Indústria 4.0.
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