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Você conhece o conceito “Care to Dare”? Um princípio essencial para a gestão de pessoas e desenvolvimento de talentos.
A premissa é clara: para desafiar alguém a alcançar seu pleno potencial, é fundamental, primeiro, estabelecer um ambiente de confiança e segurança psicológica.
A confiança, nesse sentido, não é um luxo, mas uma necessidade estratégica. Ela é o alicerce que sustenta o “dare”, ou seja, o ato de desafiar e esticar os limites. No entanto, esse processo não acontece de forma isolada. Para que uma equipe ou um indivíduo sinta-se encorajado a sair da zona de conforto, é crucial que antes haja um forte senso de segurança psicológica e suporte, aspectos centrais do “care”.
Care: A Base de Confiança, Suporte e Empatia
A base do “Care to Dare” é o cuidado genuíno com as pessoas. Quando falamos de care (cuidado), falamos de confiança, suporte e empatia. Mas, por favor, que fique claro que nenhuma empresa é ONG, esses três pilares estão relacionados com: oferecer segurança psicológica aos nossos colaboradores (confiança), ferramentas e instruções clara do que precisa ser feito (suporte) e analisar os valores de motivação e engajamento dos profissionais de forma individualizada (empatia).
Confiança: Oferecer segurança psicológica aos colaboradores significa criar um ambiente de trabalho onde as pessoas se sintam seguras para expressar suas ideias, opiniões e preocupações sem medo de represálias, humilhação ou punição. Quando existe segurança psicológica, os colaboradores confiam que suas contribuições serão valorizadas e que poderão errar ou pedir ajuda sem serem julgados ou ridicularizados. Uma liderança que prioriza a confiança não apenas melhora a coesão interna, mas gera um ambiente onde o medo do erro diminui.
Suporte: Oferecer ferramentas e instruções claras sobre o que precisa ser feito é uma prática fundamental para garantir que os colaboradores possam realizar seu trabalho com eficiência e qualidade. Isso envolve não apenas fornecer os recursos necessários, mas também comunicar de maneira precisa e acessível as expectativas, metas e processos que devem ser seguidos.
Empatia: Cada pessoa é motivada por diferentes fatores. Enquanto alguns profissionais são movidos por incentivos financeiros, outros podem buscar desafios, crescimento pessoal, propósito ou reconhecimento. Analisar os valores de motivação de forma individualizada significa ouvir atentamente cada colaborador para entender o que o inspira a dar o seu melhor.
Dare: O Ato de Desafiar, Esticar e Tomar Riscos
Depois de estabelecida a base sólida do care, o próximo passo é o dare — o desafio. Uma vez que o líder tenha gerado confiança e empatia, ele pode, de maneira mais assertiva, desafiar sua equipe a ir além do esperado, a se arriscar e buscar o extraordinário. Mas é importante que esse desafio seja feito de forma consciente e alinhada ao potencial e preparo de cada indivíduo.
Risco: Arriscar-se é uma característica essencial para a inovação e o crescimento. No entanto, para que as pessoas se sintam seguras o suficiente para tomar riscos, precisam confiar em seus líderes e no ambiente ao seu redor. É aqui que o “care” se entrelaça com o “dare”. Sem a segurança emocional do primeiro, o segundo torna-se uma tarefa quase impossível.
Esticar: O conceito de esticar no “Care to Dare” está diretamente ligado ao processo de alavancar o potencial dos indivíduos. Não se trata de apenas esperar que as pessoas façam mais, mas de desafiá-las a descobrir novas formas de atuação, aprender novas habilidades e sair da sua zona de conforto de forma estruturada.
Desafiar: Desafiar é, em essência, oferecer às pessoas a oportunidade de se transformarem. O desafio bem estruturado, amparado por confiança, suporte e empatia, leva o indivíduo a alcançar níveis de desempenho que ele mesmo não imaginava ser possível. Para muitos, isso pode ser o que os diferencia em termos de desempenho e realização.
Como aplicar na minha empresa?
No cerne do “Care to Dare” está o equilíbrio entre cuidado e desafio. Muitos líderes falham ao focar apenas em um dos lados. Alguns lideram com um cuidado excessivo, mas sem desafiar suas equipes, o que pode levar à estagnação. Outros são mestres em desafiar, mas sem proporcionar a confiança e o suporte necessários, o que gera um ambiente de estresse e burnout.
O verdadeiro líder sistêmico entende que o sucesso está em equilibrar essas duas forças. O desafio só é eficaz quando as pessoas confiam que o líder está lá para direcioná-las. Esse equilíbrio cria uma dinâmica de alta performance, onde as equipes são capazes de crescer, inovar e entregar resultados acima da média.
O Método PBC High Talent foca no desenvolvimento completo do indivíduo, o mundo corporativo de hoje demanda líderes que sejam capazes de entender a importância de cultivar um ambiente de confiança e suporte, enquanto também instigam suas equipes a superar barreiras.
No fim das contas, o “Care to Dare” é um convite para que líderes e empresas abracem uma abordagem mais assertiva e sistêmica para o crescimento e desenvolvimento. Quando o cuidado e o desafio caminham juntos, os resultados não são apenas melhores, mas perenes ao longo do tempo.
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