**Artigo da série “Observatório das Metrópoles nas Eleições”, realizada pelo núcleo maringaense do Observatório das Metrópoles, em parceria com o Maringá Post
Há um pensamento de autor desconhecido o qual procura ensinar que “o importante não é atingirmos a sociedade ideal, mas sim caminharmos para ela”.
Essa ideia ou raciocínio remete às transformações às quais a sociedade, em seus diferentes níveis de escala e tempo, se relaciona consigo mesma, inserida em determinadas conjunturas ambiental, territorial, social e econômica que, por meio das transformações de sua evolução, são modificadas por essa mesma sociedade.
Dessa forma, a sociedade organizada nos diversos setores – sejam gestores públicos, profissionais liberais, ambientalistas, empresários, ONGs, trabalhadores(as), buscou ao longo das últimas décadas, uma ideia ou conceito capaz de estabelecer unidade harmônica entre o desenvolvimento e a sustentabilidade.
Ao pretender avançar nesta divisão de idéias entre avanços tecnológicos e econômicos, ao mesmo tempo em que se pretende avançar no equilíbrio ambiental, a manutenção de geossistemas em seus arranjos e interações naturais, promovendo equilíbrio no bioma no qual estão inseridos torna-se urgente face às mudanças do clima em escala mundial.
Nesse sentido, a transição ecológica é um tema de extrema relevância no contexto atual, marcado pela urgência de enfrentar os desafios ambientais globais e, assim, referir-se à fundamental ação de conversão no modo como nossa sociedade, suas economias, modelos fiscais, investimentos globais, processos industriais, construtivos, de arranjos produtivos, bem como indivíduos interagem com o meio ambiente, necessita ser revista.
E por qual motivo precisa ser revista? Isso se deve em face das crescentes preocupações com mudanças climáticas já mencionadas, mas também pela perda de biodiversidade, redução da capacidade do solo de reter nutrientes, impactando na produção de alimentos, escassez energética, dentre outros fatores igualmente importantes que atingem diretamente as cidades e, por consequência, a existência humana em sua coletividade.
Por conclusão, o planejamento das cidades deve ser orientado a proteção de suas áreas de fundo de vale, definindo maior área permeável, avanços na produção de energia limpa, implementação de meios de transporte eficientes, coletivos ou individuais de baixa emissão de carbono; à preservação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) à ocupação e uso do solo misto como forma de redução de deslocamentos de longas distâncias para serviços, comércio e habitação; ao gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos com educação ambiental da população, bem como a pontos de coleta de resíduos para descarte, dentre outras ações ligadas ao financiamento público e normativas para a construção civil sustentável que promovam a transição ecológica como forma de caminho para uma sociedade consciente para o futuro.
E por fim, Maringá precisa implementar o Plano Local de Ação Climática com abordagem integrada 2030 para definição de metas e estratégias para redução nas emissões de carbono com audiências públicas e conferências com foco em edificações sustentáveis, mobilidade urbana, transporte e energia.
¹Geógrafo e Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá
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