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Por Arquiteta Adriana Lima
Que a neurologia e a psicologia são ciências que ajudam no conhecimento da mente e orientam nas questões humanas mais íntimas, isso já sabíamos. Mas eis que elas se tornaram ferramentas essenciais para nós arquitetos na hora de projetar!
A especialização da neuro e psicoarquitetura auxilia o profissional de arquitetura a conhecer melhor seu cliente, extraindo informações importantes na hora de projetar espaços que se conectem de forma mais assertiva com os desejos e necessidades de seus usuários, produzindo ambientes mais humanizados e cheios de personalidade.
Foto 01 e 02: A Psicoarquitetura e Neuroarquitetura aplicadas em ambientes comerciais atraem mais clientes que desejam viver experiência imersivas em cenários únicos.
É antigo o entendimento que os ambientes construídos podem influenciar em nossas emoções e até mesmo em nossa produtividade. E foi para tanto que a neuroarquitetura e psicoarquitetura vieram para nos orientar em nossos projetos de arquitetura, interiores e paisagismo. Elas permitem incorporar princípios científicos da psicologia ambiental e da neurociência que podem nos ajudar a criar ambientes com impacto ainda mais positivo no comportamento humano, na saúde mental e no bem-estar.
Com base nessas informações, a preocupação com a estética e funcionalidade são então direcionadas para também promoverem a saúde emocional e cognitiva daqueles que irão usufruir desses espaços.
Foto 03 e 04: Ambientes com personalidade, biofilia e que refletem a espiritualidade do proprietário produzem maior relação de bem-estar com o espaço.
Para entendermos melhor, a neuroarquitetura aplica conhecimentos da neurociência para perceber como o cérebro reage aos diferentes estímulos dos ambientes. Estudos mostram que fatores como a luz, o som, a textura e até mesmo a presença de elementos naturais podem influenciar em nosso estado de espírito, nossos níveis de estresse e até mesmo em nossas capacidades cognitivas. Projetar espaços que considerem essas reações neurofisiológicas pode resultar em ambientes que melhoram o humor, a concentração e a saúde geral.
Foto 05: Seja em uma pousada ou em um cantinho da sua casa, a psicoarquitetura incentiva espaços que promovem o relaxamento e a conexão com a natureza.
Por outro lado, a psicoarquitetura estuda como os ambientes afetam o comportamento e as emoções das pessoas. Considerando aspectos como o layout (a disposição dos móveis em planta), a escolha das cores (psicologia das cores), a qualidade da iluminação e o design dos móveis e do espaço para criar ambientes com identidade com o proprietário e que promovem conforto, produtividade e bem-estar. Para exemplificar, no projeto de interiores para criarmos ambientes calmos e relaxantes, se faz necessário o uso de cores suaves e iluminação natural, enquanto espaços abertos e bem ventilados ajudam a favorecer a interação social e a sensação de liberdade.
Foto 06: Casa Cor SP / Foto 07: A influência das cores no humor e no emocional das pessoas, além do design afetivo, que trás a memória objetos e lembranças da infância.
Em projetos de arquitetura e design de interiores, a integração de neuroarquitetura e psicoarquitetura pode modificar completamente a experiência dos seus ocupantes. O design de escritórios é um ótimo exemplo: em ambientes corporativos que utilizam cores calmantes, luz natural e espaços de convivência bem planejados podem reduzir o estresse e aumentar a produtividade.
A inclusão de plantas e outros elementos naturais no design de interiores potencializa a sensação de tranquilidade, além de melhorar a qualidade do ar, beneficiando tanto a saúde física quanto mental dos colaboradores.
Foto 08: Aplicando os princípios da neuro e psicoarquitetura os espaços corporativos se tornam mais produtivos e favorecem a socialização entre as pessoas.
No paisagismo, a conexão com a natureza é fundamental. Neste aspecto, a teoria da biofilia sustenta que os seres humanos têm uma afinidade de pertencimento a natureza, por isso, é importante incorporar elementos naturais em ambientes construídos, tanto internos como externos, que podem reduzir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida. Jardins terapêuticos em hospitais e clínicas, por exemplo, são projetados para proporcionar uma experiência sensorial que promova a cura.
Elementos como fontes de água, trilhas sinuosas e áreas de descanso sombreadas podem criar um ambiente restaurador que beneficia tanto pacientes quanto os profissionais de saúde.
Foto 9: Clínica de odontologia, o projeto da arquiteta Adriana Lima usa a Biofilia, como parte da psicoarquitetura, para integrar o ambiente interno à natureza e diminuir o stress do paciente na hora do atendimento.
Portanto, ao considerar como os espaços afetam nossas emoções e cognição, torna-se importantíssimo para o arquiteto/projetista utilizar a combinação desses dois campos do conhecimento: a neuroarquitetura e a psicoarquitetura, para desenvolver seus projetos e atender não apenas às necessidades funcionais de seus clientes, mas também enriquecer a qualidade de vida de todos que usufruem desses ambientes. Esta abordagem holística tem o potencial de transformar a maneira como vivemos e interagimos em nossos espaços, criando projetos em que o design e a ciência trabalham juntos para melhorar nossas vidas.
Arquiteta Adriana Lima
Pesquisadora em neuroarquitetura e psicoarquitetura
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Fontes:
https://ecotelhado.com/blog/confira-8-exemplos-de-biofilia-na-arquitetura-para-se-inspirar/
https://casavogue.globo.com/arquitetura/noticia/2022/12/o-que-e-psicoarquitetura.ghtml
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