Foto: Reprodução / FreePik
Para mim, existem dois fatores que impulsionaram o boom do e-commerce no Brasil. Primeiro, quando os bancos e bandeiras de cartão de crédito começaram a aumentar a segurança das operações e reembolsar os clientes quando acontecia algum tipo de fraude ou golpe. Segundo, quando as empresas passaram a aceitar devoluções e efetuar as trocas dos produtos que não atendiam às necessidades dos clientes. Com essa mudança de chave, as pessoas se sentiram mais seguras para comprar pela internet. Com certeza, há outros fatores importantes nessa equação (pandemia foi outro boom, por exemplo), mas destaco esses dois pontos como principais.
Com isso, muitos pensaram que as lojas físicas iriam acabar. Um elemento que contribuiu para essa ideia foi o fato de os consumidores encontrarem nas lojas online, preços significativamente menores do que nas lojas físicas, para os mesmos produtos. Um ato de canibalismo comercial que de fato chegou a fechar algumas lojas. Quando as empresas passaram a entender que o online e o físico coexistem, passaram a usar o online e o físico como parceiros, um ajudando o outro.
“Não existe mundo digital, nem mundo físico, o mundo é um só”. Essa é uma frase que reproduzo com frequência em sala de aula. O showrooming e webrooming coexistem, showrooming é quando o consumidor faz a pesquisa na loja física e executa a compra online, já o webrooming é quando o consumidor faz a pesquisa no ambiente online e executa a compra na loja física. Não existe o consumidor que pratica só o showrooming ou só o webrooming, os consumidores fazem as duas coisas sempre procurando as melhores opções.
Em Maringá, especificamente, o varejo físico continua pujante. De acordo com pesquisa de intenção de compra do Dia das Mães (2023), realizada pelo DEPEA – Departamento de Pesquisa e Estatística da ACIM, apenas 8,4% das pessoas pretendem realizar compra online para esta data comemorativa. Já de acordo com a Pesquisa Data Maringá – Preferências e Consumo, realizada pela DataMarket Inteligência de Mercado (2021), 8,5% dos maringaenses nunca realizaram compra online, 13,6% compram online em média uma vez por ano e 20,4% dos maringaenses realizam uma compra online a cada 6 meses. Em outras palavras, o varejo físico continua firme no comércio local.
O que não pode acontecer é negligenciar a força do digital e o potencial do e-commerce, no entanto, achar que as lojas físicas perderam seu valor é um grande equívoco. Aquelas empresas que já entenderam que os dois ambientes precisam trabalhar de maneira conjunta para atender os clientes, já saíram na frente. Levar a facilidade e conveniência do online para o ambiente físico e garantir a segurança e experiência do físico no ambiente online é um desafio e caminho a ser seguido. Qual sua opinião, o varejo físico tem data de validade?
Prof. Vitor Koki da Costa Nogami
Departamento de Administração – DAD
Universidade Estadual de Maringá – UEM
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